Novo serviço de análise meteorológica ajuda produtores de uva e maçã
Já está disponível o Boletim de monitoramento de dados meteorológicos do mês de maio
Foto: Divulgação
Desde o mês de maio, produtores de maçã e uva do Rio Grande do Sul e de uva do noroeste de São Paulo contam com um serviço de informação meteorológica voltado a essas culturas. O boletim mensal é elaborado por especialistas da Embrapa Uva e Vinho (RS) e está disponível na página do centro de pesquisa. Trata-se de uma breve análise dos efeitos do clima nas culturas da videira e da macieira, acompanhada de gráficos e fotos. O produtor pode acompanhar também dados climáticos mensais coletados de três estações meteorológicas da Embrapa Uva e Vinho: em sua sede, em Bento Gonçalves (RS); na Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, em Vacaria (RS) e na Estação Experimental de Viticultura Tropical, em Jales (SP). As estações fazem parte da rede do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
As culturas de maçã e uva são bastante sensíveis a variações climáticas, como geadas tardias que afetam as brotações e chuva excessiva na época da colheita, o que faz da agrometeorologia uma área especialmente importante para auxiliar em seu manejo. A partir dos dados enviados pelas estações, os pesquisadores da Embrapa Maria Emília Borges Alves e Marco Antônio Fonseca Conceição emitem uma avaliação dos dados e sua influência sobre as culturas. O trabalho também conta com o apoio do técnico Adriel Davi Marconatto.O boletim visa atender, de forma antecipada, às frequentes consultas de produtores, técnicos e imprensa à área de agrometeorologia sobre as condições de tempo e clima nas regiões em que a Embrapa Uva e Vinho atua. "Sempre quando acontece algo fora do padrão, como uma geada no período de brotação, recebemos muitas consultas para saber como isso irá influenciar na produção das frutas. Para facilitar aos interessados, criamos o boletim", informa Maria Emília.
Maria Emília explica que, no Rio Grande do Sul, as duas culturas dependem de períodos mínimos de frio para se obter uma boa brotação, o que faz com que esse seja um dos dados priorizados nas análises. "As análises são feitas por meio da comparação entre as variáveis observadas e as normais climatológicas [consideradas comuns no período], com enfoque àquelas de maior interesse para a viticultura e a pomicultura como, por exemplo, horas de frio no inverno, pois são fundamentais para a dormência e para uma boa brotação", exemplifica a pesquisadora.Segundo ela, a ideia é facilitar o acesso às informações e auxiliar na sua interpretação e seus efeitos nas principais culturas com as quais o centro de pesquisa trabalha. "As análises e os dados publicados no boletim poderão auxiliar os produtores na tomada de decisão para algum manejo específico, como a poda, por exemplo. Já os gráficos e as fotos são elementos visuais para exemplificar o período e poderão ser utilizados pelos produtores e veículos de imprensa", comenta Maria Emília. A pesquisadora também informa que, além dos boletins mensais, também serão publicadas edições especiais em ocasiões pontuais, como em caso de temporais ou geadas fora de época.
Além disso, com o avanço da fronteira de plantio dessas culturas para regiões de clima mais quente, a análise da influência do clima e, principalmente, das temperaturas, umidade e regime hídrico, tem se tornado cada vez mais importante para o sucesso dos pomares e vinhedos. "A análise dos dados climatológicos, em conjunto com outros, apoiará a previsão e a análise da qualidade das safras, que poderá ser feita com mais detalhamento, em conjunto com outros pesquisadores da área da enologia, por exemplo", destaca Maria Emília. Outras práticas de manejo, como a escolha da melhor época da poda, aplicação de tratamentos fitossanitários, uso da irrigação e a própria colheita, poderão ser trabalhados de maneira criteriosa e mais eficiente, segundo a equipe.
Para Thompson Didoné, técnico da Emater (RS), o novo boletim meteorológico será um excelente instrumento para subsidiar o trabalho de assistência técnica com produtores no que diz respeito aos tratamentos fitossanitários. "Tinha uma grande expectativa que um informativo como este pudesse ser disponibilizado. Com base nas informações, poderemos fazer um melhor diagnóstico e melhores recomendações para os produtores, reduzindo custos, com certeza", antecipa.
Tanto o cultivo da macieira como da videira estão localizados, em sua maior parte, em regiões com incidência de chuvas, o que está associado diretamente à ocorrência de suas principais doenças: míldio na videira e a mancha-de-glomerella na macieira. "Os produtores que, individualmente, ou orientados por técnicos, acompanharem os boletins informativos poderão se prevenir com a aplicação dos defensivos mais recomendados para cada situação, menos agressivos e mais em conta", pondera Didoné.
Informações da Embrapa Uva e Vinho
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