FETAG faz balanço negativo para a agricultura familiar
Entre as bandeiras para 2018, Joel destacou a necessidade de melhorar a renda do produtor
Foto: Divulgação
A direção da FETAG realizou nesta quarta-feira,13/12, o tradicional balanço de final de ano com a Imprensa em sua sede, em Porto Alegre. O presidente da Federação, Carlos Joel da Silva, disse que 2017 foi um ano de dificuldades para a agricultura familiar gaúcha, pois os custos de produção subiram, enquanto os preços despencaram e a rentabilidade reduziu cerca de 27%. Somam-se a isso, as políticas públicas do governo federal que foram reduzidas. Esse paralelo deixa claro que a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) ocasionou a perda de força do setor. “Um balanço negativo para a agricultura familiar”, justificou.
Entre as bandeiras para 2018, Joel destacou a necessidade de melhorar a renda do produtor; retomar as políticas públicas que foram reduzidas; e, acima de tudo, que o governo dê uma atenção melhor ao agricultor familiar. “O setor público está devendo aos agricultores e pecuaristas familiares. Estamos cobrando dos governos que façam sua parte, que é controlar custos e estoques reguladores para equilibrar oferta e produção. Que o agricultor seja remunerado adequadamente e que o consumidor não pague em demasia pelo produto final. Esse é um desafio para nós enquanto FETAG, bem como dos governos”, observa.
A Previdência Social representa para o trabalhador rural o futuro, definiu Joel neste momento de grandes incertezas diante de uma reforma previdenciária que poderá prejudicar os rurais. Diante deste contexto, o dirigente disse que a FETAG espera um olhar específico para a categoria, que já trabalha mais de 40 anos para obter a aposentadoria de apenas um salário mínimo. “Esperamos que o governo corte privilégios de quem têm, mas parece que não é isso o que vai ocorrer. A reforma é necessária, mas que não seja feita em cima do trabalhador, seja ele rural ou urbano. E eu não acredito que os deputados ficarão indiferentes aos trabalhadores brasileiros e que eles tenham bom senso e não aprovem a reforma da forma como está posta”, defendeu.
Em relação a perspectivas para 2018, Joel acredita que elas poderão ser boas. “Chegamos ao fundo do poço e agora é a hora da virada. Para tanto, temos que lutar pela manutenção da Previdência Social, otimizar o custo de produção com seu preço final, com a participação do governo nesta questão e uma forte discussão com a sociedade sobre o que ela espera dos agricultores e vice-versa. Um não vive sem o outro. O cidadão urbano precisa conhecer qual o trabalho do agricultor, o qual necessita de remuneração. O consumidor reclama quando o leite sobe, mas não se importa quando o refrigerante ou a cerveja têm seus preços majorados. Então, a perspectiva é fazer esse debate no ano que vem, quando a FETAG comemorará os seus 55 anos de fundação”, concluiu.
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