Controle estratégico é solução para combate ao carrapato no RS
Tema foi tratado na Expointer
Foto: Hosana Aprato/Comunicação CRMV-RS
A infestação do gado gaúcho com carrapatos gera prejuízos milionários aos produtores do Rio Grande do Sul. É o estado brasileiro que mais sofre com o problema, graças à tradição de criar gado europeu. O combate ao carrapato foi tema do V Fórum de Responsabilidade Técnica e Sanidade Animal, promovido pelo CRMV-RS e Sovergs na Expointer. “As raças europeias são mais suscetíveis do que as zebuínas”, explica o coordenador do fórum e vice-presidente do CRMV, José Arthur Martins.
O controle estratégico é fundamental para combater o carrapato. Tratar os bovinos com carrapaticidas apenas quando a infestação é visível é um erro muito grave cometido pelos produtores. A informação é do médico veterinário Endrigo Pradel que palestrou no fórum. “Quando tratamos neste período, expomos grande número de carrapatos ao produto químico, gerando a seleção de parasitas resistentes”, afirma Pradel. O médico veterinário realizou um estudo sobre a resistência de carrapatos aos acaricidas disponíveis no mercado. Atualmente o Brasil tem registradas apenas seis classes de acaricidas para combate ao parasita e mais de duzentas marcas comerciais. “Revezar estas marcas não significa trocar os princípios ativos”, alerta. Ele completa informando que em caso de infestação, apenas 5% dos carrapatos estão nos bovinos e os 95% restantes estão no solo. Por isso, a estratégia adequada prevê banhos logo após o inverno, período em que começa a recomposição das populações de carrapatos a campo.
Enquanto a resistência aos acaricidas vem sendo um problema, o controle alternativo do carrapato é uma realidade. Conforme a médica veterinária Anelise Webster, que palestrou sobre o tema, existem várias possibilidades, desde fungos, passando por extratos de larvas ou predadores naturais, como a garça vaqueira, uma ave que se alimenta dos carrapatos que estão no solo ou nos bovinos. “As possibilidades existem, mas dependem das condições de cada propriedade. Além de ser uma solução para a resistência, também tem menor impacto ambiental.”
O presidente do CRMV, Rodrigo Lorenzoni, destacou que a entidade é parceira das iniciativas que propõem estudos e soluções para este grave problema que atinge os rebanhos gaúchos. Uma destas iniciativas é o Grupo Técnico de Combate ao Carrapato e Tristeza Parasitária Bovina, criado na Secretaria da Agricultura, que prevê diversas ações para conscientizar produtores e capacitar médicos veterinários para atuar neste tema.
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