Preso a fragmentos do passado
Assistindo A Chave de Sara, um filme, que nos faz refletir sobre a perseguição aos judeus na França, nos revela o quanto ficamos presos a escolhas difíceis do passado.
Nesse enredo uma casa é invadida e a irmã mais velha, para proteger o irmão caçula, o coloca num esconderijo entre as paredes. Ela logo é levada a um campo de concentração onde fica atormentada com a ideia de salvá-lo. Ao passar do tempo retorna a casa e com a chave que ainda guardava entre os dedos, abre a porta e vê o irmão morto...isso a assombra para sempre.
Sim, escolhemos pelo melhor no momento de decisões, escolhemos por alguém ou por nós, mas aquela escolha é uma chave que não abre lugar nenhum, e sim nos aprisiona nas paredes do tempo, tendo que lidar com pensamentos e sentimentos de atitudes de outrora.
São os segredos do passado guardados entre grossas paredes a nos proteger ou a nos amargurar. Promovem dores inomináveis dentro de nós mesmos.
Não temos garantia de escolher o correto, o menos doído, o que nos fará mais felizes. Simplesmente, em alguns momentos, precisamos decidir, fazer nossas escolhas.
Aonde estamos nós... presos a fragmentos de um passado? Do nosso passado, das nossas escolhas... O quanto guardamos nossas dores junto a chave que não nos leva a lugar nenhum a não ser mergulhar nas nossas próprias escolhas e impotências do passado?
Cabe a nós decidir quando sair e se realmente queremos sair desse lugar... Podemos ficar presos para sempre entre paredes de um caminho que já não existe mais....
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