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Potencializar o carisma de São Francisco: Um Novo Despertar

Miguel Debiasi

Sigmund Freud, fundador da psicanálise, em sua obra “O Mal-Estar na Civilização”, considera a religião uma ilusão, um sentimento peculiar, enquanto para milhões de pessoas a religião é um verdadeiro oceano de energia espiritual, algo ilimitado, sem fronteira, por assim dizer. Com todo respeito aos ateus, aos incrédulos e aos indiferentes, e diante do cenário de tensão entre a sociedade secular e a comunidade religiosa, convém registrar um olhar positivo e eficaz da fé religiosa. E com base no atual contexto social com relevância nas modernas tensões e competições religiosas de faces fundamentalistas, consumistas ou individualistas, é oportuno conferir eficácia e efetividade à experiência religiosa capaz de ocupar-se do verdadeiro encontro com o Deus da Santíssima Trindade e com a sua Igreja a traduzir-se em vida fraterna.

A reflexão amparada neste foco desdobra-se em algumas perguntas, mas uma é básica. Como se configura a fé religiosa em sistema capaz de efetivar condições em modelo e fonte normativa de vida em Deus? Com o intuito de registrar respostas, indica-se relevância a outras perguntas que se entretecem ao tema.

São Francisco de Assis sinaliza de forma concreta que é possível viver uma fé religiosa com princípios normativos e proféticos de resultados religioso, antropológico e sociológico válidos para o mundo plural e complexo como o secular. No modelo de Francisco de Assis, nesta época da história secular, é importante apontar para a maior e mais eficaz possível experiência de Deus. E no seu arcabouço religioso apontar meios válidos para o crescimento da fé e configurar forças à liberdade religiosa a fim de enfrentar modismos espirituais e a presença do fundamentalismo religioso. É razoável e prudente, enquanto Província Capuchinha no seguimento aos propósitos de São Francisco, reinventar os atuais modelos de vida religiosa consagrada e, com isso, edificar um feixe de posições a tutelar conversão à caminhada eclesial.

Sobre o autor

Miguel Debiasi

Frade da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia (Universidade do Vale dos Sinos – São Leopoldo/RS). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC/RS). Doutor em Teologia (Faculdades EST – São Leopoldo/RS).

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