Os segredos são vivos
Os segredos são vivos. Eles latejam dentro de nós, marcam o nosso íntimo com fogo, espinham as nossas certezas, ferem o nosso futuro, afugentam a nossa tranquilidade, rasgam nossas ditas verdades e golpeiam nosso destino.
Eles se mantêm intocáveis, intranquilos... Distantes, e ao mesmo tempo próximos a nós, ocupam o seu lugar a nos desacomodar.
Mesmo encobertos, e embora aparentemente ausentes, se fazem presentes. São histórias latentes que seguem a nos acompanhar. Escondidas permanecem, ocultas se alojam, em lugares escuros, em meio a escombros estão. Mas vivos, ficam pulsando, dentro de nós, tentando encontrar um lugar, uma sensatez, uma razão, um sentido, talvez, para enfim se mostrar. Para se fazerem considerar, poder ser verbalizados, entendidos, para serem aceitos ou simplesmente mencionados.
Obscuros? Talvez, mas também alfinetando o presente e aniquilando o fluir do futuro, permanecem a nos assombrar. Rebatem as verdades, que tendem a não se mostrar.
Nos roubam energia, alegria, sensatez. Nos deixam presos no inimaginável. Desassossegam nossos dias, perturbam nossa tentativa de ser coerentes, sobressaltam nosso inconsciente.
Aparentemente ocultos, mas à flor da pele se mantêm. Sair dos escombros em que se encontram, não é simples... A bagunça que se forma dentro do ser, arremata a dor de não entender o tão temido segredo e dentro dele reforça o abandono sentido de outrora. Intranquilidade presente...
Os segredos... ah! Os segredos são/estão vivos...
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