O tempo...
Sempre quis ter uma ampulheta; queria medir o tempo e vê-lo passar... Procurei por uma até que fosse possível encontrar. Precisava descobrir por que a queria tanto, afinal, qual era minha relação com ela? Estava em aberto procurando respostas, significados, e o meu encantamento com o tempo que passa me motivava a continuar.
Medir o tempo, vê-lo passar por mim e através de mim ou segurá-lo entre os dedos? Não sei muito bem como fazer para segurá-lo, mas percebia que era impossível retê-lo. Se quebrasse o tempo, como quem quebra um relógio, ele pararia de rodar?
E assim, o tempo medido esvaía de um lado para outro na areia colorida; ensaiava movimentos de deixar escapar, de ser leve, fugaz. Vê-lo nesse movimento me fazia entrar em contato com a efemeridade dos dias, das horas, das ideias...Tudo muda, se altera, se constrói diferente, inclusive eu. Eu no mundo, e o mundo em mim.
Nesse andar, o tempo se perdeu na encruzilhada, até encontrar-se com o ontem e com o amanhã. O passado de outrora em pó se transformou... Seguiu para um novo recomeço entre o agora e o horizonte, num suave porvir.
Eu precisava abraçar o tempo e, com ele, os aprendizados. Deixá-lo passar era ver construído os registros do meu passado, e vê-los transformando-se no caminhar para um futuro...
O tempo... Ah! senhor das verdades, das nuances e dos aprendizados que se entrelaçam...
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