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Ideologia: consciência humana (I)

Miguel Debiasi

É impossível viver sem ideologias, seja no sistema capitalista, comunista, socialista, teocrático ou outro. Todo ser humano é conduzido por uma ideologia. O termo ideologia na maioria das vezes é usado no sentido pejorativo, ou negativo à ordem psicológica e social, entre outras. Mas, o termo tem um sentido amplo como ideal de consciência humana. Sob esta observação, em uma sociedade de classes é preciso atenção às ideologias para não sermos reféns e sim, sujeitos.

Como já referido, o termo ideologia possui múltiplos significados; em geral refere-se a um conjunto de doutrinas, pensamentos e visões de mundo. Tange algo capaz de orientar ações de indivíduos ou grupos, ou convencer, persuadir não pela força, mas pelas ideias. O primeiro a empregar o termo ideologia foi Antoine Louis Claude Destutt (1754-1836), filósofo, político, soldado e líder francês. Em 1801, no período da Revolução Francesa, cunhou o termo idéologie, referindo as ciências das ideias no sentido amplo estado de consciência. O intelectual, revolucionário alemão e mentor da doutrina comunista moderna, Karl Heinrich Marx (1818-1883), em sua teoria sobre sociedade, economia e política, difundiu amplamente o termo. Empregou a palavra ideologia para dizer que o progresso da sociedade humana acontecia pela luta de classes entre proprietário e proletários. Dizia que a ideologia da classe dominante tem como objetivo manter os ricos no controle da sociedade. Contudo, todo regime tem sua ideologia.

A seguir, destaco algumas ideologias históricas. A ideologia fascista surgida na Itália e Alemanha, com caráter militar, autoritário e expansionista. A ideologia comunista difundida na Rússia e outros países, almejando um sistema social de igualdade. Num passado mais distante, a ideologia democrática de Atenas na Grécia Antiga, conclamando a participação dos cidadãos para um ideal de vida política e social. No continente Europeu, a ideologia capitalista franqueada pela burguesia que mira lucro e acúmulo de riqueza. A própria ideologia conservadora encarregada da manutenção de valores morais e sociais. Na contramão desta, a ideologia anarquista visando eliminar o Estado e as estruturas de controle e de poder. A ideologia nacionalista que exalta e valoriza a própria cultura e país. E, a mais nova, a ideologia da ausência de gênero, que alega que a sexualidade humana é parte das relações e das construções sociais e culturais e não um fator biológico. Esta defende que todo ser humano nasce neutro e ao longo da vida pode escolher o gênero sexual com o qual mais se identifica. Na coluna seguinte leia o próximo artigo sobre o assunto. 

Sobre o autor

Miguel Debiasi

Frade da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia (Universidade do Vale dos Sinos – São Leopoldo/RS). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC/RS). Doutor em Teologia (Faculdades EST – São Leopoldo/RS).

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