A partir das desilusões, partimos... O difícil é saber para onde, pois o nosso norte, que é nossa bússola interna, se quebrou, se partiu em pedaços..., e, assim, como nos redirecionar? Um novo e desconhecido momento sentimento tem início...

Decepções grandes, pequenas, o olhar dos outros, o nosso olhar, sobre algo que nos impacta assumem uma proporção enorme dentro de nós. Algumas decepções nos põem de joelhos, diante da expectativa e da frustração que toma forma, faz surgir uma necessidade de haver uma reorganização...

“Ilusões são defesas”, diz uma pessoa próxima a mim, e eu embarco nessa jornada e começo a olhar do que preciso me defender... Olhar para o meu desejo, em tempos diversos, me conduzo a alinhavá-lo nas ilusões e desilusões que se construíram nesse caminhar...

Observo o que eu esperava e que não se concretizou, as minhas expectativas, os meus desejos... Eles caíram por terra. E agora, por onde iniciar? Quebrou, craquelou... O que faço? Jogo fora, colo, começo de novo, e um constante desapontamento em reiniciar – se sobrepõe...

O que eu espero daquela situação, e das pessoas ali próximas que não vivem na minha pele, e não entendem e nem querem compreender o desamparo sentido? É a acolhida que não vem, o amparo que não encontra morada... É a própria pessoa que necessita construir um lugar seguro dentro de si, para poder se acolher quando e onde ninguém mais enxerga...

“Diante de desilusões, a menina que mora em mim naufraga - tudo está perdido”, diz ela. Mas como? Me questiono... era só um mergulho profundo dentro do meu ser, não era para naufragar...Eu me abandono. Você, provavelmente também... Cada um de nós a seu modo, afunda e volta para se resgatar, assim como o desamparo é individualmente sentido. Mas percebo que a menina que mora em mim precisa aprender a lidar melhor com as desilusões e a(o) que mora em você como está?

Você cria sofrimento e crescimento. E suas expectativas em relação ao outro necessitam ser revistas...

E assim, vemos ilusões que se desmancham, desilusões que procuram amparo e novas maneiras de enxergar os acontecimentos que se constroem... e se reconstroem.