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Confiança se conquista

Miguel Debiasi

Um argumento contra a presidenta Dilma, amplamente divulgado pelos veículos de comunicação, era a respeito da economia brasileira. Passados alguns meses do golpe parlamentar a economia brasileira segue em franca apatia. Na verdade, o projeto econômico Temer-Meirelles tem constrangido os veículos de comunicação engajados na cassação da presidente. Pois confiança se conquista, não se manipula.

            No dia dezenove de setembro foram divulgados alguns dados econômicos do terceiro trimestre do país. A divulgação não foi de forma ampla em rede nacional, como outrora era contra a presidente Dilma. Apenas alguns pequenos veículos de comunicação não sonegaram a real informação. A retração da economia brasileira é comprovada. Quando o mercado esperava uma ligeira alta em dozes meses, a queda da atividade econômica chega 5,61%. O Produto Interno Bruto, o PIB, tem uma queda de 0,09% ao mês, o pior resultado. Em seis meses um milhão e meio de brasileiros perderam o emprego. Nos últimos seis meses o acumulado em perdas da economia é de menos 5,61%. Se não bastasse o plano Temer-Meirelles já endividou o Brasil em 20 bilhões. Como já não tem para pagar o que devem com suas arrecadações, flexibilizaram por seis meses o pagamento de dívidas dos Estados com a União. Conforme os dados divulgados pelo índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), o plano econômico Temer-Meirelles transformou a recessão brasileira na maior do mundo.

Não bastante, o plano econômico Temer-Meirelles, que tem provocado efeito terror na atividade econômica, anuncia a privatização de bens da União, venda de grande parte das empresas e patrimônio da Petrobrás. O governo Temer sem legitimidade política de limitar os gastos públicos e de redução da taxa da inflação, aumenta as benesses e distribuição de cargos federais aos padrinhos do golpe parlamentar e eleva o déficit público, da previdência social, etc. Ainda, incorpora as projeções negativas na recuperação da economia à produção nos setores da indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos. O desempenho negativo tem afetado as vendas no varejo, que voltaram a cair nos meses de julho e agosto, com retração de 0,3% sobre junho. Em suma, a atividade econômica do Brasil aumenta sua crise se comparada com outros países.

            O mais grave, os economistas sinalizam que a desaceleração acentuada da economia do país levará à queda do PIB do terceiro e quarto trimestre. A expectativa dos economistas ouvidos semanalmente pelo Banco Central em pesquisa Focus é de que a atividade medida pelo PIB vá fechar 2016 com retração de 3,15%, bem acima da projetada no início do ano. Os números e a recessão econômica contradizem o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que tem dito que a expectativa do governo é de um crescimento do PIB deste ano. Diante do agravamento do quadro econômico, os poderosos veículos de comunicação deveriam informar sobre a real situação da recessão econômica gerada pelo plano Temer-Meirelles. Afinal uma parte do povo brasileiro apoiou o golpe parlamentar encampado por estes veículos de comunicação. 

Sobre o autor

Miguel Debiasi

Frade da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia (Universidade do Vale dos Sinos – São Leopoldo/RS). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC/RS). Doutor em Teologia (Faculdades EST – São Leopoldo/RS).

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