Como eu quero ser lembrada, quando me for, quando passar pela porta, quando disser o que penso, quando mudar de cidade, quando resgatar novos amigos, quando simplesmente mudar de lugar?

Será que quero ser lembrada de um jeito ou outro, ou, meu ardente desejo é como eu me lembre de mim?

Que eu consiga ser sincera comigo, que me enxergue como sou, que consiga mudar o imutável. Que eu altere o invisível, que permanece aparentemente quietinho, mas me espinhando, instiga para ser resgatado. Que eu me carregue comigo com amor e leveza. Que eu siga junto nessas mudanças da vida. Que eu alimente os aprendizados que construí, as lições que vivi, a esperança que se acendeu em mim.

Aquele dia estava completamente cinza, os pensamentos corriam rápido. Comecei a escrever e encontrei o meu ser, no mais profundo de me achar nesse céu turvo a me guiar... sim, às vezes, as mais significativas descobertas são nos dias cinzas, na solidão do momento, no confronto com os dissabores que nos cercam, na vida que palpita encabulada ali dentro de nós...

Nossos maiores mergulhos, nossos maiores encontros, são sem plateia... É assim que desejo  lembrar de mim, num mergulhar profundo, num resgatar-me além das fronteiras estabelecidas ... Em um encontro maravilhoso comigo mesma!