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Como escudo protegendo o outro

Neusa Picolli Fante

Não dá para ficar como escudo na frente dos filhos, dos amigos, dos amores protegendo-os. Ou impedindo-os que tomem as suas próprias decisões, ou ainda dificultar que ajam de acordo com suas reflexões, no intuito de evitar que sofram...

Se assim fizermos, impediremos que aprendam por si próprios, que cresçam, com suas tentativas – erros/acertos... Com as experiências que palpitam em seus íntimos.

Precisam se experimentar do seu jeito, como enxergam a vida, os acontecimentos e principalmente como desejam seguir pelo mundo. Criando recursos, condições, construir sua própria maneira de entender as pessoas e o mundo.

Ser escudo é deixar o outro sem ação, é tirar a autonomia dele, o poder de decisão que lhe cabe; é invalidá-lo desejando protegê-lo.

Não dá para querer que as pessoas ajam do nosso jeito, façam de acordo com nosso desejo, compreendam da maneira que nós entendemos.

Deixar o outro seguir seus aprendizados, ou seja, seus sins e seus nãos, é libertador. Faz com que ele se aproprie das suas escolhas, da sua experiência e nos instiga a largar o controle... Mas acima de tudo...faz com que a vida siga seu fluxo natural, cada um com suas escolhas, e com os sabores e dissabores delas...

Sobre o autor

Neusa Picolli Fante

Psicóloga Clínica e Especialista em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto. Graduada em Comunicação Social.  Autora do livro Caminho dos Girassóis: Uma abordagem sobre o luto, Dor sem Escuta, Entrelinhas da Vida, Quintais da Minha alma.

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