A vida se esvaia pelos olhos...
Verdade da vida, vivida, almejada, conquistada ou não sabida. Encontros, desencontros e reencontros nessa vida sentida. Tudo nos olhos refletia e derramava-se no que desenvolvia.
Olhar que acolhia, nutria, remetia a confirmar a luz que deslizava deles a iluminar além.
Temporalidade, transitoriedade presentes na vida que se esvaia. Escorria-se através do tempo que se arrastava e procurava respostas, razões, nas infinitas possibilidades que se apresentavam.
Ponto de encontro, mutação, transição. A vida estava em constante transformação.
Vida que queria viver, desejava, procurava e, muitas vezes, não conseguia alcançar.
Vida que não conhecia, amorfo permanecia.
Seus sonhos, conquistas, tiveram um novo olhar, procurou-os fora para achá-los dentro de si.
Tinha algo diferente agora, que ficava evidente, e que se derramava nas coisas que tocava, nas pessoas que se aproximavam e nas dificuldades que eram subplantadas. Tudo se modificava com o brilho daquele olhar.
Resgatar a vida em tudo que pudesse conseguir era o que tentava fazer. Mais do que isso, senti-la intensamente. Honrar a vida que trazia em si fazia-o conectar-se consigo e com o momento de grande aprendizado que se fazia presente.
Esvaía ou crescia. Transbordava, transformava e se desmanchava pela tristeza e decepção, ou mostrava no olhar o constante recomeçar, preparando-se para que novas etapas pudesse atingir.
Envolto em vida permanecia, rememorava a morte e a existência que ali via presente.
Afinal, depende do meu olhar, na morte também pode ter muito de vida...
Assim, derramava vida pelos caminhos do além.
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