Região de Passo Fundo, onde está Soledade, retorna para a bandeira vermelha
No prazo de 36 horas após a publicação do mapa preliminar, que se encerra às 6h de domingo, 12/7, os municípios que quiserem podem apresentar recursos sobre as classificações
Foto: Divulgação
O cenário de disseminação do coronavírus e da ocupação de leitos cresce no Estado. Na décima rodada preliminar do Distanciamento Controlado, o Rio Grande do Sul tem 15 regiões com risco alto, ou seja, estão na bandeira vermelha. Essas regiões representam 84,2% da população gaúcha (9.535.519 habitantes).
Na rodada definitiva do mapa anterior, eram seis regiões em vermelho, equivalente a 52,9% da população (5,9 milhões de habitantes). As bandeiras definitivas serão divulgadas na segunda-feira, 13/7.
A análise preliminar dos índices de propagação do vírus e de ocupação dos leitos trouxe, novamente, as regiões de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Palmeira das Missões e Pelotas em bandeira vermelha. Essas áreas já haviam sido classificadas como alto risco na rodada anterior.
As regiões de Taquara, Santo Ângelo, Cruz Alta, Santa Rosa, Erechim, Passo Fundo, Caxias do Sul, Cachoeira do Sul e Santa Cruz do Sul evoluíram de bandeira laranja para vermelha nesta rodada.
Santa Maria, Ijuí, Uruguaiana, Bagé e Lajeado são as cinco regiões que permaneceram na bandeira laranja.
Embora nenhuma região do Estado tenha sido classificada com risco altíssimo (bandeira preta), tampouco houve classificação de risco baixo (bandeira amarela). Nesta rodada, inclusive, nenhuma região apresentou melhora nos índices.
O mapa preliminar da décima rodada foi divulgado pelo governo no fim da tarde desta sexta-feira, 10/07, e está disponível em https://distanciamentocontrolado.rs.gov.br. No prazo de 36 horas após a publicação do mapa preliminar, que se encerra às 6h de domingo, 12/07, os municípios que quiserem podem apresentar recursos sobre as classificações.
O prefeito de Soledade, Paulo Cattaneo informou que recorrerá da decisão, sendo que com isso, até que o resultado definitivo saia na segunda-feira, 13/07, as regras de distanciamento prevalecem as da bandeira laranja.
Aqueles que se enquadrarem na Regra 0-0 e podem adotar protocolos de bandeira laranja não precisam protocolar recurso.
Na segunda-feira, 13/07, o Gabinete de Crise analisará os dados enviados e rodará o mapa novamente e, à tarde, divulgará as bandeiras definitivas, que serão vigentes de 14 a 20/07.
Regra 0-0
Dos 391 municípios que compõem as áreas com bandeira vermelha, 218 cidades não tiveram registro de hospitalização e óbito por Covid-19 de morador nos 14 dias anteriores ao levantamento. Por isso, se adequam à chamada Regra 0-0 e podem adotar protocolos previstos na bandeira laranja por meio de regulamento próprio.
Basta que mantenham atualizados os registros nos sistemas oficiais e adotem, por meio de decreto, regulamento próprio, com protocolos para as atividades previstas na bandeira laranja. São 1.280.848 pessoas (11,3% do total do RS) nesta condição.
Vale lembrar que essas 218 cidades que se classificam na Regra 0-0 e podem adotar protocolos de bandeira laranja não precisam protocolar recurso.
BANDEIRA VERMELHA E TRAVA DE SEGURANÇA
As regiões de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo e de Capão da Canoa permanecem em bandeira vermelha pela quarta semana consecutiva. Mesmo que estivessem com mensuração de bandeira de menor risco, amarela ou laranja, as quatro regiões teriam que cumprir as medidas da vermelha, devido à aplicação da trava de segurança – duas semanas consecutivas na vermelha.
As regiões de Passo Fundo e Santo Ângelo, se mantida a bandeira vermelha após as análises de recursos, também estarão inseridas na trava de segurança na próxima semana, pois terão obtido bandeira vermelha por dois períodos alternados, dentro do prazo de 21 dias.
Para as regiões de Palmeira das Missões e Pelotas, também se mantidas em bandeira vermelha após o período de recursos, estarão inseridas na trava de segurança. Essas regiões terão obtido duas semanas consecutivas de bandeira vermelha e, portanto, na próxima rodada deverão cumprir novamente as restrições de bandeira vermelha, mesmo que os indicadores regionais apontem para restrições menos severas.
Desse modo, essas oito regiões Covid – Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Passo Fundo, Santo Ângelo, Palmeira das Missões e Pelotas – poderão incidir na regra prevista no modelo de Distanciamento Controlado de que, uma vez classificada na bandeira final vermelha, por dois períodos consecutivos ou alternados, dentro do prazo de 21 dias, somente poderão ser reclassificadas para bandeira menos restritiva após preencherem os requisitos para tal reclassificação por pelo menos dois períodos consecutivos de mensuração, visando garantir a segurança da população da região.
QUEM PIORA
As regiões de Taquara, Erechim, Passo Fundo e Caxias do Sul, que tiveram apuração de bandeira vermelha na semana anterior, mas que, após avaliação dos recursos, foram situados em bandeiras laranja, retornam novamente para a vermelha, com médias ponderadas mais elevadas que anteriormente.
As regiões de Santo Ângelo, Cruz Alta, Santa Rosa, Cachoeira do Sul e Santa Cruz do Sul, que estavam em bandeiras laranja, passaram para bandeira vermelha. As mudanças decorrem pela contínua piora dos indicadores de propagação e de capacidade do sistema de saúde, tanto regionais quanto macrorregionais.
Com o quadro se agravando na ocupação de leitos de UTI, a região de Passo Fundo permanece na bandeira vermelha. Na última semana, atingiram 49 registros de hospitalizações Covid-19 – redução de 29% em relação à anterior. Porém, para os internados em leitos de UTI por SRAG e Covid-19, a situação se agravou, com a primeira passando de 43 para 50 pacientes e a segunda variando de 30 para 40 internados.
Esse aumento na ocupação de UTI afetou o número de leitos de UTI livres, que baixou de 48 para 26 unidades, contribuindo significativamente na piora dos indicadores de Capacidade de Atendimento e de Mudança na Capacidade de Atendimento da macrorregião Norte.
Passo Fundo e municípios próximos, onde se inclui Soledade, somaram 495 casos ativos na última semana frente a 867 casos recuperados nos 50 dias antes do início da semana, colocando a região em bandeira vermelha nesse indicador. Aliado a isso, no item de projeção de óbitos a região apresentou bandeira preta, uma vez que os nove óbitos apresentados ao longo da semana, quando projetadas, apontam o valor de 1,95.
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