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Número de animais abandonados cresce na região de Soledade

Baixar Áudio por Nayam Franco

Cleonice Horn Vaz faz balanço das ações da SOCIPA

Em 2022, por exemplo, 2.411 animais foram retirados das vias e os policiais não tinham lugares específicos para encaminhá-los.
Foto: Fernando Kopper

O grande número de animais abandonados nos interiores dos municípios já vem causando espanto para quem trafega nas rodovias da região, em especial o trecho que liga o município de Soledade a Espumoso pela ERS-332.

Entre 2020 e 2021, por exemplo, houve 41 acidentes graves, com pessoas que ficaram feridas ou morreram, sendo 21 casos no ano retrasado e 20 no ano passado. Em 2021, 136 animais morreram atropelados em rodovias federais no Estado e em 2020 foram cem. Em 2022, por exemplo, 2.411 animais foram retirados das vias e os policiais não tinham lugares específicos para encaminhá-los. Outros 405 foram removidos das estradas e encaminhados para tratamento ou locais de acolhimento. 

Segundo Cleonice Horn Vaz, presidente da Sociedade Civil Organizada Protetora dos Direitos dos. Animais – SOCIPA, o abandono de animais em vias públicas também é considerado maus tratos, “Muitas pessoas não sabem, ou fingem não saber, mas o abandono de animais também é considerado crime de maus tratos, crime este previsto em lei. A partir do momento que você adota um animal, o tutor responde criminalmente perante a lei, a pena por esse tipo de crime vai desde multa de um a 40 salários mínimos por animal, até a prisão em casos extremos. Na esfera penal, o crime é previsto pelo artigo 32 da lei nº 9.605, prevendo pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda. Em caso de morte do animal, a pena pode ser aumentada em de ⅓ a ⅙”, explica Cleonice.

Uma estimativa feita pelo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) aponta que, a cada segundo, 15 animais morrem nas estradas espalhadas pelo Brasil, vítimas de atropelamento. Isso representa, ao final de um dia, a morte de 1,3 milhão de animais no trecho rodoviário brasileiro. No período anual, são até 475 milhões de mortes causadas por atropelamentos. 

Quando a pessoa pega um animal para chamar de seu companheiro, tem que lembrar que não está adquirindo um robô, mas uma vida, se atentando às suas necessidades físicas, fisiológicas e afetivas. Então a pessoa tem que estar disposta a doar tempo, gastar dinheiro, ser companheiro. Em épocas festivas as pessoas tendem a abandonar seus animais, pois não querem carregar os bichinhos juntos, levando muitos animais a fugirem de suas casas e se perderem pelas nossas estradas”, afirma Cleonice.

Reportagem: Fernando Kopper – Tua Rádio Cristal

 

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