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Elefante branco em Soledade: moradores de rua vivem no Centro Clínico há três meses

por Nayam Franco

Obra inacabada completa sete anos em 2018 e ainda não tem previsão para ter fim

Sebastião, sentado, e Valmir em pé, residem no Centro Clínico
Foto: Nayam Franco/Tua Rádio Cristal

Um Elefante Branco no Centro de Soledade. Localizado na esquina das Avenidas Julio de Castilhos e Pinheiro Machado, o Centro Clínico Regional foi um projeto criado em 2009, com obras iniciadas em 2011 e conclusão ainda sem previsão.

O prédio inacabado fica em frente ao Hospital Frei Clemente e, para saber o que acontece por lá, a Tua Rádio Cristal foi até a obra para ver qual é a realidade daquele local, dando assim continuidade a série de reportagens que trata sobre esse elefante branco que custou mais de R$ 500 mil provenientes do dinheiro público.

Do lado de fora, já da para se ver o abandono. O prédio de cinco andares de cor cinza do concreto é cercado, no primeiro andar, por tapumes de madeira que são facilmente derrubados com o vento.

Na parte de trás, a grande obra esconde uma das marcas mais conhecidas de Soledade nos últimos anos: o letreiro do Hospital Frei Clemente, bem como sua antiga entrada que fora modificada em 2011 com a construção do centro, passando assim a frente do hospital para a lateral, na Avenida Pinheiro Machado.

A parte de trás permite a entrada de pessoas no prédio inacabado, onde lá dentro a reportagem da Tua Rádio Cristal encontrou duas pessoas. Sebastião e Valmir, moradores de rua que hoje se abrigam no centro clínico. Sebastião está lá há pelo menos três meses e estava lendo uma revista quando a nossa reportagem chegou, já Valmir se esquentava do outro lado do primeiro andar em um lance de luz solar que iluminava uma parte do local, por volta das 16h.

Sebastião Maciel, morador há três meses lá. Chamando o Centro Clínico de casa, cuida e limpa o segundo andar onde costuma dormir, quando chove, se muda para o primeiro andar para escapar da água e do vento.

No segundo piso, ele um varal para secar suas roupas e, em um espaço de 2 metros por 2, possui um lixo, diversas revistas, um colchão e cobertores. Nas paredes de todos os andares, pichações feitas com pedras e giz simbolizam aqueles que por ali passaram, com desenhos, nomes e diversos riscos.

O último andar, em especial, esconde uma vista de todo o bairro Das Fontes e resguarda uma das mais bonitas vistas para o pôr do sol de Soledade. Nas escadas, as marcas de objetos queimados e outros abandonados, alimentos antigos ali deixados e sujeira.

Em contato com comerciantes e moradores da região do centro clínico, os discursos variam. Uma comerciante local falou que os principais sentimentos quanto aquela obra é de medo, receio e insegurança, já que nos últimos quarenta dias sua loja foi furtada por duas vezes.

Outro comerciante disse que a obra serve para abrigar errantes e que poderia ter beneficiado e muito a medicina em Soledade, mas sem a sua conclusão, é só um prédio a mais, um verdadeiro elefante branco.

Uma moradora da região contou que aquela obra já tem um histórico de abrigar errantes, mas também já foi um ponto de brigas, uso de drogas e de constante presença da Brigada Militar. Todos foram unânimes quanto os dois moradores. "Inofensivos", foi a palavra utilizada por eles. Eles preferiram não se identificar.

A série de reportagens sobre o Elefante Branco no Centro de Soledade que completa 7 anos em 2018. O Centro Clínico Regional que fica em frente ao Hospital Frei Clemente de Soledade ainda não tem previsão para o fim e também, nenhum esforço para isso acontecer.

Central de Conteúdo Unidade Tua Rádio Cristal

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