Ressocialização Social: até que ponto isso é possível?
A advogada criminalista Salete Canello concedeu entrevista à Tua Rádio Cristal
Um assunto muito importante que precisa ser discutido é a ressocialização dos presos. Isso realmente é possível? No Brasil, existe a Lei de Execução Penal n° 7.210/84, que prevê como dever do Estado auxiliar e orientar estes cidadãos para o seu retorno à convivência em sociedade. No entanto, na prática isso normalmente não funciona.
“As medidas de ressocialização ajudam e muito a reduzir a reincidência, que é bastante comum em função de que o preso sai da cadeia e vai para onde? Porém, as políticas públicas precisam estar contextualizadas em um cenário mais amplo no sentido de que se cumpra esse papel, porque é difícil e a sociedade não acredita na ressocialização, afinal, vivemos em uma era de crimes e violência”, relatou a advogada criminalista e presidente do Conselho Comunitário do Presídio Estadual de Soledade, Salete Canello.
Outra dificuldade encontrada nesse caminho da ressocialização é o próprio preconceito que a sociedade exerce em relação aos egressos. “Se já é complicado para que possui a ficha limpa conseguir emprego, imagina para esse indivíduo, que já cumpriu sua pena. Ele encontra muitas dificuldades para novas oportunidades de emprego”, destacou a advogada.
Segundo Salete, por diversas vezes foi tentado implementar políticas públicas em Soledade, mas sem sucesso. “Tivemos, também, reuniões com o Conselho Estadual e Conselho Federal para implantar ações de acolhimento ao preso. No entanto, o conselho tem a finalidade de fiscalizar as atualizações do presídio. Na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos apenados enquanto estão lá dentro, desenvolvemos vários projetos”, finalizou.
Texto e foto: Carolina Giongo/Tua Rádio Cristal
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