Justiça analisa nesta sexta-feira recursos que pedem aumento de pena e anulação do julgamento de Leandro Boldrini
Médico foi condenado a 31 anos e oito meses de prisão
O Tribunal de Justiça do RS (TJRS) julgará, na próxima sexta-feira, 23/02, dois recursos envolvendo o médico Leandro Boldrini, condenado duas vezes pela morte do filho, Bernardo, em 2014. A promotoria aposta no aumento da pena do médico e a defesa acredita na nulidade do segundo julgamento, realizado em 2023.
Um dos recursos foi interposto pelo Ministério Público gaúcho (MPRS) para aumentar a pena de Leandro Boldrini. Um outro pedido, apresentado pela defesa, pede a anulação do segundo júri, que ocorreu em março do ano passado.
Na ocasião, o médico foi condenado, pela segunda vez, a 31 anos e oito meses de prisão por homicídio quadruplamente qualificado do filho Bernardo Uglione Boldrini. O menino tinha 11 anos em 2014 quando foi morto pela madrasta em Três Passos, onde residia com a família.
O segundo julgamento ocorreu porque o primeiro, realizado em 2019, foi anulado no final de 2021. Boldrini havia sido condenado a 33 anos e oito meses de prisão, sendo 30 anos e oito meses por homicídio, dois anos por ocultação de cadáver e um ano por falsidade ideológica.
O motivo da anulação foi o fato de que a Justiça considerou que houve quebra da paridade de armas — ou seja, igualdade de tratamento entre as partes do processo — durante o interrogatório do réu.
A promotora de Justiça Alessandra Moura Bastian da Cunha, que coordena o Centro de Apoio Operacional Criminal e de Acolhimento às Vítimas do MPRS, diz que a instituição está convicta que o TJRS respeitará a decisão dos jurados de Três Passos, que, por duas vezes, condenaram Leandro Boldrini.
Em nota, os advogados Ezequiel Vetoretti e Rodrigo Grecellé Vares afirmam acreditar que "o Tribunal de Justiça do RS, a exemplo do que fez noutra ocasião, reconhecerá a nulidade e determinará a realização de novo julgamento".
Texto: GZH
Foto: Jonathan Heckler / Agência RBS
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