A Tua Rádio Cristal recebeu na manhã desta segunda-feira, 18/09, a Juíza de Direito da Comarca de Soledade Karen Luise Vilanova Batista de Souza Pinheiro para debater alguns assuntos pertinentes quanto ao Judiciário soledadense.

Um dos primeiros assuntos tratados foi em relação ao trabalho da juíza na não homologação do flagrante de suspeitos de envolvimento com a facção "Os Manos" de tráfico de drogas em Soledade que estavam em posse de mais de 1kg em drogas.

Sem discutir o mérito, a magistrada afirmou que a não homologação aconteceu simplesmente pois dois direitos constitucionais, na sua visão, foram quebrados: as garantias de inviolabilidade e a presunção de inocência que fazem parte do Estado Democrático de Direito.

A juíza também falou em relação ao caso do homem acusado de tentar matar um policial militar em Soledade, que foi posto em liberdade após a realização da primeira audiência de instrução.

Dra. Karen explicou que em qualquer processo penal são analisados alguns requisitos para reverter a prisão preventiva em medidas cautelares, principalmente que o acusado não apresente problemas em relação a ordem pública de sua comunidade.  

Sobre saída, a juíza de Direito afirmou que não há nenhuma decisão quanto a isso, e que um magistrado só deixa uma Comarca caso demonstre interesse.

Completando uma década de trabalho em Soledade, Karen afirmou que em muitas vezes já sentiu suspeição para julgar um caso, e por isso, de prontidão, passou para que outro magistrado assumisse o julgamento, visto que em momento algum daria uma decisão imparcial.

Com a agenda lotada, a juíza afirmou que existem em torno de cem processos no Tribunal Júri, além disso, são aproximadamente 3 mil processo que tramitam na vara criminal. 

A Juíza foi enfática em dizer que suas decisões estão baseadas no cumprimento da lei, e não em questões pessoais. Karen disse que entende algumas críticas, mas não concorda com alguns posicionamentos colocando em dúvida a sua lisura e do próprío Poder Judiciário. 

Ouça a entrevista completa concedida pela Juíza Karen Pinheiro.