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Adolescentes acusados de homicídio são apreendidos em Ibirapuitã

por Marcus Vinicius Prates de Souza

Jovens de 14 e 18 anos foram encaminhados para Centro de Atendimento Socioeducativo

Foto: Divulgação

A Polícia Civil apreendeu nesta quarta-feira, 14/04, os dois principais suspeitos de terem cometido o homicídio de Darci Doehrings Ritter no dia 26 de fevereiro com golpes de faca. A adolescente, filha da vítima, teria agido intelectualmente e o namorado dela teria sido o executor do crime, segundo a polícia.

A delegada Fabiane Bittencourt informou que os depoimentos prestados pelos suspeitos eram muito desconexos com as provas encontradas no local.

Em cumprimento de dois mandados de apreensão de menores, agentes da delegacia de Polícia de Soledade apreenderam jovens em Ibirapuitã. Ambos foram encaminhados para o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), ela para Porto Alegre e ele para Passo Fundo.

Relembre o caso

A defesa do jovem de 17 anos, principal suspeito do homicídio de Darci Doehrings Ritter, o apresentou na Delegacia de Polícia de Soledade na terça-feira, 02/03. O crime aconteceu na sexta-feira, 26/02, quando no final da madrugada, Darci foi atingido por golpes de faca no bairro Jardim, em Ibirapuitã.

Em depoimento prestado à polícia, o jovem, que é genro da vítima, confessou a autoria do crime, mas informou que agiu em legítima defesa após seu sogro ter pego uma faca e entrado em luta corporal com ele.

A advogada do acusado, Salete Canello, em entrevista realizada para a Tua Rádio Cristal, o jovem foi ouvido junto de sua mãe e após foi liberado. Nesse depoimento, o jovem de 17 anos contou que a sua namorada, filha da vítima, de 14 anos, estava incomodada com o pai por ele estar solicitando para que ela voltasse para casa, visto que ela residia com a família do namorado.

O relato da vítima em depoimento para a Polícia Civil é de que eles foram passear com o cachorro e que o jovem entrou na casa para conversar e pedir para que o pai da adolescente a deixasse em paz, no entanto, eles teriam começado a discutir e o sogro teria pego uma faca e partido para cima do genro. Eles teriam entrado em luta corporal, o jovem retirou a arma branca das mãos do sogro e desferiu golpes que acabaram o matando.

"Logo após, o jovem saiu correndo assustado, foragindo em local incerto e ao longo do final de semana, os familiares conseguiram contato com ele foram orientados pela defesa para que ele se apresentasse à polícia", contou Salete.

Para a delegada Fabiane Bittencourt, responsável pela investigação, por diversos fatores e contradições no depoimento da adolescente de 14 anos e do jovem de 17, o entendimento da Polícia Civil é outro: não houve legítima defesa.

"O próprio fato de terem ido durante a madrugada na casa da vítima, tanto o autor quanto a namorada, já tinham o intuito de cometer o crime, por isso não houve legítima defesa, foi um crime planejado e premeditado", revelou Fabiane.

A delegada informou que, um exemplo das contradições, é o fato da porta da casa da vítima ter sido arrombada. "No depoimento o suspeito disse que a vítima teria dado um chute na porta durante um desentendimento entre eles, mas a gente entende que o indivíduo já chegou arrombando a porta", revelou.

Outro indicativo apontado pela delegada é que, no depoimento da vítima e namorada do autor, ela informou que teria tido um surto e que ela tinha muita vontade de matar alguém, uma alegação muito forte e que a coloca como coautora desse fato, pela influência intelectual.

A delegada ainda falou sobre um dos principais fatores que indicam a não existência da legítima defesa: a quantidade de golpes desferidos contra a vítima. "Se fosse uma legítima defesa, ele teria dado um único golpe, dois no máximo e corrido, mas foram diversos golpes efetivados, demonstrando uma vontade de matar", contou a delegada. Segundo a perícia feita no local, a vítima teria sido atingida na nuca, quando já estava caída de bruços.

Para a delegada, a filha da vítima teve participação no caso e é apontada como coautora. A adolescente de 14 anos fez uma denúncia que tinha sido violentada sexualmente pelo pai e um inquérito foi instaurado, mas ficou concluído que não houve a ocorrência de estupro.

"Para a Polícia Civil, o pai impedia o namoro e não queria porque ela tinha 13 anos, passou a ter essas desavenças e o namorado dela acabou induzido por ela praticando o crime. Ela pode ser coautora do crime por participação intelectual, ela não segurou a faca e desferiu os golpes, mas ela influenciou o indivíduo que executou a ação criminosa", concluiu a delegada.

Entrevista completa >>> https://www.facebook.com/tuaradiocristal/videos/154607966482910

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