A Comissão de Constituição e Justiça, CCJ, da Câmara dos Deputados aprovou uma proposta que restringe o uso dos celulares nas escolas públicas e privadas de todo o país.

De acordo com o texto aprovado, os aparelhos serão permitidos apenas para uso de fins pedagógicos, casos excepcionais, de acessibilidade, inclusão e para atendimentos a condições de saúde.

O tema gera bastante debate entre educadores, pais e alunos das instituições de ensino. Uma vez que, atualmente, o uso é frequente.

Jeferson Trindade, professor e diretor escolar, falou sobre o debate sobre o tema. “Essa é uma discussão que ocorre em nível mundial. Alguns países que são tidos como referência em ensino já adotam essa medida. Acredito que aqui nossos governantes tenham demorado um pouco para pensar nessa questão, que de certa forma já saiu do controle”.

Trindade ainda ressaltou que existem dois pontos de vista que precisam ser analisados. “Falando sobre essa discussão, temos dois pontos de vista para analisar. O primeiro é que o uso do celular, pensado do lado negativo, atrapalha a sociabilização, porque muitos alunos preferem ficar restritos ao celular, do que interagir com os demais. O outro ponto que deve ser pensado é que a tecnologia auxilia na aprendizagem, porque ajuda os alunos a agregarem conhecimento”.

O diretor ainda comentou que pensa no problema como algo cultural e que tem início em casa. “Eu acredito que o problema seja cultual, porque ele inicia muito antes das crianças chegarem na escola. Já vimos casos de pais que dão comida na boca de seus filhos, para que eles possam usar as duas mãos no celular. Da mesma forma vemos pais que educam seus filhos em casa para o bom uso do celular e quando esses chegam nas escolas, não existe nenhum problema com o aparelho”.

Por fim, Jeferson Trindade deixou sua opinião a respeito do tema. “É importante que os pais eduquem seus filhos em casa, porque ali eles impõem o limite. Temos que ter essa clareza de que quem manda e educa são os pais, a escola só entra na história para auxiliar”, finalizou.

A proposta agora seguirá para análise do Senado Federal, salvo se houver a apresentação de recurso para a votação no plenário da Câmara.

Texto: Kételyn Gocks/ Tua Rádio Cristal

Foto: Igor Binotto / Tua Rádio Cristal