Cesta básica teve diminuição no valor, aponta pesquisa do Dieese
Baixar ÁudioSegundo Diogo Castamann, gerente de varejo aqui em Soledade, esse fato impacta diretamente o município
De acordo com uma pesquisa recente feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, DIEESE, o valor da cesta básica diminuiu em 13 das 17 capitais, onde o departamento realiza mensalmente esse estudo. Segundo Diogo Castamann, gerente de varejo aqui em Soledade, esse fato impacta diretamente o município.
“No ramo supermercadista, nós costumamos dizer que os commodities são influenciados por dois fatores: a demanda mundial e o clima. Quando eles estão baseados no clima, dependemos muito de safra. Importante lembrar que as commodities são feijão, soja, milho, arroz, trigo, que são os básicos. Então essa queda impacta diretamente nesses dois fatores”, revelou.
Mesmo que a cesta básica tenha caído, ainda não é o suficiente se comparado ao salário mínimo. “A cada mudança de preço para cima, o percentual das commodities, geralmente, tem um percentual muito maior do que o salário. Isso dificulta a vida daquelas pessoas que vivem do salário mínimo e que depende de pagamento de outras despesas”, pontuou Diogo.
Uma dica importante trazida pelo gerente de varejo é esperar a época de oferta do supermercado. “O varejo vive de oferta. Ele sempre vai ofertar o produto, sem isso ele não sobrevive. Então acompanhar a época de oferta dos produtos seria e melhor estratégia”, finalizou Diogo.
ALGUNS DADOS DA PESQUISA DO DIEESE:
A pesquisa mostrou que, ao comparar os valores da cesta básica entre junho de 2022 e junho de 2023, 13 capitais apresentaram aumento de preço, com variações que oscilaram entre 0,63% em Fortaleza e 4,37% em Belém. Por outro lado, três cidades registraram queda: Brasília (-1,58%), Goiânia (-0,70%) e Vitória (-0,22%); enquanto em Curitiba houve uma relativa estabilidade (-0,01%).
No acumulado dos últimos 12 meses, a cesta básica teve uma variação de 2,57%. Entre os produtos que tiveram aumento de preço, destacam-se o tomate (17,15%), manteiga (15,19%), arroz (13,97%), pão (8,21%), batata (6,03%), açúcar (2,88%), farinha de trigo (0,99%) e feijão (0,37%). Por outro lado, cinco itens apresentaram redução nos preços: óleo de soja (-36,84%), café (-5,66%), leite (-5,09%), banana (-3,71%) e carne (-0,06%).
A situação financeira das famílias brasileiras continua alarmante, de acordo com os dados divulgados pelo Dieese. No mês de junho, estimou-se que o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.578,41. Isso representa quase cinco vezes o valor do salário mínimo vigente, que é de R$ 1.320. Em maio, esse valor necessário era ligeiramente mais alto, chegando a R$ 6.652,09, correspondendo a 5,04 vezes o piso mínimo.
Fonte: Dieese
Texto: Carolina Giongo/Tua Rádio Cristal
Foto: Divulgação
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