Tradicionalmente conhecida pelo grande número de fiéis e união dos membros, a comunidade de São Miguel do Mormaço vem se reinventando e evoluindo a cada ano que passa. Sendo uma das localidades mais antigas na região, ela também é uma das que mais cresceu com o passar do tempo.

A devoção é o carro forte da comunidade, que leva o nome de São Miguel para todos os cantos e faz dele seu padroeiro. Com grande número de devotos presentes nas missas e celebrações realizadas durante o ano, a fé fica ainda mais visível entre os meses de setembro e outubro, quando um grande número de devotos se dirigem até a comunidade para pagar promessas e pedir interseções do santo.

Terezinha Parizotto, moradora da comunidade de São Miguel, contou como eram as coisas quando sua família chegou. “Quando nós viemos morar para cá, há 40 anos atrás, as festas realizadas aqui na comunidade eram mais pequenas e possuíamos apenas um pavilhão pequeno de madeira. Com o passar do tempo construímos um pavilhão maior e mais espaçoso, para melhor receber as pessoas que vinham nos visitar. A comunidade evoluiu muito nesses anos e agora está muito bem em todos os setores”.

A moradora também falou sobre a união entre as pessoas que levam São Miguel a diante e a parceria com outras comunidades. “Aqui sempre fomos todos muito unidos, onde pega um, todos pegam. Participamos de outras comunidades também, que acabam devolvendo essa participação e se envolvendo conosco também”.

Dalva Rodrigues Godoy, uma das primeiras moradoras da comunidade, contou um pouco sobre a história do lugar que vive a mais de oito décadas. “Eu nasci aqui há 84 anos e moro até hoje. Minha mãe foi a primeira professora e primeira catequista desta região, com o passar dos anos acabei assumindo esse lugar dele. Sempre trabalhei aqui na igreja, ajudando e auxiliando no que for necessário. A imagem de São Miguel que existe hoje em nossa igreja, chegou aqui há 79 anos, quando ainda tínhamos uma igrejinha de madeira pequena”.

Por fim, Dalva também falou sobre como foi realizada a escolha de São Miguel para ser padroeiro. “As casas aqui eram muito poucas ainda, mas as famílias eram grandes em número de pessoas. Nas localidades aqui da região existiam aqueles lojões enorme, que começavam com um alfinete e terminavam com o terno para o noivo, e o dono dessa loja era muito rico e devoto a São Miguel. Um dia resolveram realizar uma reunião para decidir o padroeiro daqui e ele pediu para ser São Miguel, pedido esse que foi atendido pelos demais”.

Texto: Kételyn Gocks/ Tua Rádio Cristal

Foto: Paulinho Paes/ Tua Rádio Cristal