Barroscassalense Jovane Guissone medalha de prata em Tóquio é destaque internacional na esgrima
Baixar ÁudioNa manhã deste sábado, 04/09, o atleta relatou aos ouvintes da Tua Rádio Cristal a história de luta, garra e persistência para alcançar os ideais por ele traçados
Foto: Divulgação
Movido por uma trajetória de inspiração, luta, garra e persistência, Jovane Guissone, 38 anos, natural do município de Barros Cassal, é exemplo vivo de que não há barreiras quando se sonha alto.
Em conversa com a Tua Rádio Cristal na manhã deste sábado, 04/09, o esgrimista gaúcho relatou um pouco de sua história na modalidade e as adversidades encontradas pelo caminho. Barreiras estas, que não o impediram de persistir em seu sonho, considerado o único medalhista do país na esgrima em cadeira de rodas, conquistando medalha de ouro na Paralimpíada de Londres em 2012 e prata nos jogos Paralímpicos de Tóquio 2020/2021.
Jovane conta que o percurso de prática da esgrima começou há 13 anos atrás, em 2008, quando sofreu uma lesão na medula ao ser atingido por disparo de arma de fogo durante um assalto. A convite de um amigo e sem saber que existia o esporte adaptado, aos poucos, foi se inserindo e se identificando com o meio.
Quando o acidente aconteceu, em 2004, sem saber o que viria pela frente, conheceu outras pessoa inseridas no esporte e com isso entendeu que precisava seguir a vida, pensar que tudo iria melhor. “Se eu tivesse baixado a cabeça e desistido, talvez não estaria aqui hoje, para contar esta história”, aponta o atleta.
Em viagem para Porto Alegre, percebeu que estava apto para representar desportistas de todo o país e com isso, participou das Paralimpíadas no Rio de Janeiro, em Londres e mais recentemente, do Jogos Paralímpicos de Tóquio. “Quando um atleta ganha uma medalha, não está apenas recebendo esta conquista para si, mas para todo o país”, destaca ele.
Atualmente, Jovane reside em Esteio e conta que a esgrima em cadeira de rodas não era algo visto e praticado frequentemente, mas atualmente, vem ganhando mais evidência, visto que a modalidade conta com um total médio de 80 atletas.
O medalhista faz parte de uma Associação do Paraná e treina em Porto Alegre, onde outras modalidades esportivas são praticadas, dento do CET - Centro de Treinamento Menino Deus. Com a pandemia, os treinos cessaram, mas isso não foi empecilho para levá-lo até o Japão.
Embora existam diversos projetos voltados para o esporte, Guissone ressalta que é preciso persistência por parte dos atletas e procura pela prática, assim como mais investimentos por parte do país, como faz o Comitê Paralímpico Brasileiro, com sede em São Paulo, que conta com um Centro de Treinamento está se adequando para acolher modalidades paralímpicas e atletas que por ali passam, com previsão de incentivar uma média de 500 atletas, desde crianças até adultos.
O esgrimista conta ainda, que segue uma linha de muito trabalho e esforço e que pretende dar continuidade aos treinos, para que quando as Paralimpíadas de Paris em 2024, consiga estar preparado para mais uma conquista que pretende alcançar, com força e garra e o apoio do treinador e de toda a equipe, que incentivam e apoiam o atleta.
Por fim, ele ainda destaca que toda vez que conquista uma medalha, volta a terra natal – Barros Cassal, onde é acolhido com carinho e muita alegria. Lugar que carrega em seu coração com muita admiração, assim como as tantas medalhas que coleciona, que fazem parte da bela história que construiu e que ainda segue trilhando.
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