Soledade cultiva ao longo dos anos sua autenticidade tradicionalista
Baixar ÁudioMoacir Borges da Silva o “Volta e meia”, relata um pouco da trajetória dos Festejos Farroupilhas no município
Foto: Paulinho Paes/Tua Rádio Cristal.
Os mais antigos lembram, do rancho construído na Praça Olmiro Ferreira Porto, Centro da cidade de Soledade, que na época se tornava o local, onde a tradição gaúcha fazia morada. Era o fogo de chão, que aquecia os dias de setembro e a água do amargo companheiro. As rodas de causos, que principalmente os homens se uniam e aproveitavam para saborear o incomparável churrasco.
Era neste clima, em meio a um gole e outro de mate, uma canção ou poesia, uma vaneira ou chamamé, é que os dias que lembram a Revolução de em 20 de setembro de 1835, eram enaltecidos e continuam de alguma forma ou outra, de geração em geração. Desde o avô ao neto, que mesmo em sua inocência, já lá no fundo de sua alma sente o que é ser Gaúcho.
Foi com este intuito que a Tua Rádio Cristal estendeu o convite a Moacir Borges da Silva, um dos tradicionalistas soledadenses, para relembrar um pouco do histórico farroupilha do município. Em entrevista, “Volta e meia”, como é mais conhecido em nossa comunidade, enfatiza que neste ano, comemora-se 53 anos da primeira Ronda Crioula realizada em Soledade.
Silva conta que, tudo começou com a junção de seis companheiros, que dançavam no CTG Marciano Brum, o único que existia naquele tempo. A iniciativa da realização do primeiro evento crioulo ocorreu por meio de Renato Couto. “Ele era um homem inteligente e dançador, posteiro de invernada, enquanto tomávamos uma “graspa” nos propôs de realizarmos em Soledade, a primeira ronda crioula”.
Conforme o tradicionalista, após questionamentos de como aconteceria esta ronda e a explicação de que era necessário armar um acampamento, a ideia teve continuidade. “O Renato, falou com o prefeito da época, Olmiro Porto, e ele nos cedeu um canto da praça, onde hoje se encontra o atual parquinho, para que então realizássemos a primeira ronda crioula”.
Na avaliação de “Volta e Meia”, os gaiteiros daquela época tocavam de forma espontânea, o que nos dias atuais há uma enorme diferença. “Hoje se não rolar dinheiro, nossos gaiteiros não tocam, esta é a minha opinião”.
Quanto ao resgate da cultura gaúcha, Silva comenta que Soledade chegou a receber, em tempos anteriores, o título de cidade mais autêntica do Rio Grande, denominação que já é resgatada. “Tem que haver um trabalho muito bem feito, pois, hoje dependemos do dinheiro, da parte econômica, mas fiquei muito feliz em saber do prefeito, que cada bairro de Soledade tem um CTG, uma entidade. Isso mostra que nosso trabalho de antes rendeu frutos”.
“Volta e Meia” destacou ainda que, após o início dos Festejos Farroupilhas, através da primeira ronda crioula, o movimento tomou corpo, ao longo dos anos no município, com a criação de novas entidades, o que serviu de exemplo para outros municípios da região em perpetuarem a imortalidade da tradição gaúcha.
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