A estiagem prejudicou muitos produtores de soja, milho e leite. De acordo com especialistas, a La Niña, que se fez presente por três anos seguidos, chegou ao fim e pode dar esperança aos agricultores para a próxima safra.

O engenheiro agrônomo da Emater em Soledade, Roger Terra de Morais, fez uma avaliação das lavouras do município e região. “Infelizmente a safra atual se encontra numa situação bem complicada, com bastante dificuldade. Visualmente as lavouras estão com aspecto judiado”.

Outro ponto significativo apontado por Roger foi o amadurecimento precoce da soja. “Nós percebemos lavouras que levariam ainda de 15 a 20 dias para estarem no ponto de colheita, já estão no ponto de maturação, com suas folhas caindo em função da pouca chuva”, revelou.

Ainda, a expectativa da colheita também não está muito positiva. “Vamos encontrar lavouras que colhem de 5 a 10 sacas por hectare, assim como tem outras que pontualmente vão colher acima de 50 sacas por hectare. Mas se fossemos fazer uma avaliação hoje, a média geral chegaria no máximo a 30 sacas por hectare”, informou Roger.

Com relação à cultura de milho, a situação é um pouco melhor. “As lavouras de segunda safra estão boas. Em termos de clima está evoluindo bem. O grande problema da safrinha é a cigarrinha, uma doença que se não tratada, afeta toda produção”, disse.

A cadeia leiteira também sofreu com a estiagem, visto que muitos produtores optaram por parar com a produção. “São vários fatores que fizeram com que isso acontecesse. Tirando a falta de chuva, temos o preço da ração que subiu muito, além do milho/silagem e das pastagens que foram produzidos com um custo muito alto”, concluiu Roger.

Texto e foto: Carolina GIongo/Tua Rádio Cristal