Agricultura familiar de Soledade enfrenta dificuldades em meio a pandemia
Baixar ÁudioSeca no início do ano também proporcionou inúmeras dificuldades aos produtores
Foto: Rodolfo Tatim/Tua Rádio Cristal
Os pequenos produtores associados a Cooperativa dos Agricultores Familiares do Alto Botucaraí (COOAFAB) de Soledade não passaram incólume em relação as dificuldades apresentadas neste ano de 2020. No início do ano a estiagem prolongada e posteriormente a pandemia do coronavírus, eventos que, juntos, desestruturaram esta classe tão sofrida.
Conforme Paolo Del Goes, tesoureiro da entidade, no início do ano a estiagem trouxe grandes prejuízos, especialmente no setor leiteiro, e, por consequência, na produção de laticínios e posteriormente o setor de hortigranjeiros, que também tiveram um impacto negativo muito grande na sua produção, no entanto, Paolo citou o início da pandemia do coronavírus como um transtorno insuperável. “Nossa cooperativa é voltada basicamente para a merenda escolar e sem aulas a renda da cooperativa reduziu em 70%”, informou.
Atualmente a comercialização dos produtos produzidos pelos pequenos agricultores está sendo feita para a administração municipal, que repassa os produtos para as famílias dos alunos das escolas municipais que estão em estado de vulnerabilidade e ainda para a maioria das escolas estaduais instaladas no município, porém, segundo Del Goes, neste ano a cooperativa empobreceu bastante.
Paolo destacou alguns números que chamam a atenção, no setor de laticínios, ramo em que trabalha e produz, a queda foi acentuada, antes dos eventos citados acima, o produtor entregava por semana em torno de 1000 litros de leite embalado, quantidade que agora é entregue a cada 15 dias. A produção de queijos não foi diferente, primeiro faltou o leite para produzir o produto, depois a venda foi prejudicada, poia não havia para quem vender, obrigando o produtor a buscar novos mercados, especialmente em outros municípios, pois o Estado, com a pandemia, permitiu as agroindústrias a comercializarem seus produtos fora de seus municípios.
Outra situação negativa foi a impossibilidade de vender em feiras os produtos produzidos pela cooperativa, só em 2019, a COOAFAB participou de 10 feiras, o que proporcionou uma boa renda aos associados que comercializaram laticínios, panificados e geleias, entre outros produtos da agricultura familiar. “Nos preparamos para participar da Expoagro Afubra, todos tinham muitos produtos produzidos, no entanto três dias antes do evento iniciar, o mesmo foi cancelado, forçando os produtores a buscar alternativas para dar um destino aos seus alimentos produzidos.
A qualidade dos produtos produzidos pelos agricultores associados da cooperativa é comprovada pelo selo Sabor Gaúcho, cedido pelo governo estadual para aqueles produtores que são diferenciados pelo que produzem.
Paolo Del Goes citou que de setembro até o mês de dezembro, dependendo da resposta da 25ª Coordenadoria Regional de Educação, a produção poderá ser destinada para as famílias de alunos carentes das escolas estaduais do município.
Ouça a entrevista com Paolo Del Goes, na íntegra, no player de áudio acima.
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