SAFRA DE INVERNO: NÚMEROS HISTÓRICOS EM TODAS AS CULTURAS
Os produtores da Cotrijal encerraram a safra de inverno comemorando números recordes.
Foto: Divulgação
Os produtores da Cotrijal encerraram a safra de inverno comemorando números recordes. A maioria conseguiu seu melhor resultado em termos de produtividade e qualidade - com exceção de locais onde geada e granizo afetaram as lavouras. No trigo, a média na região de atuação da cooperativa ficou em 68,1 sacos/hectare.
A família Bevilaqua, de Lagoa Bonita, Pontão, comemora o bom desempenho na safra de inverno. Arlei e o filho Fábio plantaram 230 hectares de trigo e 75 hectares de cevada. No trigo, fecharam com média geral de 70 sacos por hectare, com uma área de Audaz rendendo 85 sacos/ha. Na cevada, foram 72 sacos por hectare. “Considerando o investimento feito, foi a melhor safra de inverno da propriedade”, informa Fábio.
Eles trabalham com a Cotrijal desde que a cooperativa chegou em Passo Fundo, em 2005, e investem nas culturas de inverno todos os anos, por entender que otimizam os custos de produção da propriedade e geram oportunidade de renda. Para a próxima safra, o tamanho da área ainda será definido, mas os fertilizantes já foram adquiridos.
Na região de atuação da Cotrijal, as culturas de inverno ocuparam 25,9% da área total de plantio. Em 2021, haviam sido plantados pouco mais de 89 mil hectares. Em 2022, foram 134 mil hectares. Em relação a área média histórica, registrou-se aumento de 24,5%.
O superintendente de Produção Vegetal, Gelson Melo de Lima, destaca que apesar do crescimento há oportunidades para aumentar mais a área. “Do ponto de vista da sustentabilidade da produção, o índice ainda está baixo. As culturas de inverno precisam ser visualizadas como uma importante oportunidade de renda e também para preparar melhor o ambiente para o verão”, justifica, ressaltando que a área de inverno no Estado é ainda menor, somente 10%.
Produtividade maior que a gaúcha
Os produtores da Cotrijal seguem produzindo mais trigo do que a média gaúcha. Na safra 2022, foram 13 sacos a mais em relação a última estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o Estado. Na Cotrijal, a média fechou em 68,1 sacos por hectare, enquanto a estimativa para o Rio Grande do Sul era de 55,3 sacos/ha.
Apesar do bom resultado, em relação a 2021 foram apenas 3 sacos a mais, quando a média da Cotrijal fechou em 65,6 sacos/ha. O gerente de Produção Vegetal da Cotrijal, Alexandre Doneda, destaca que alguns produtores, por conta dos altos custos de produção, reduziram os investimentos neste ano e consequentemente tiveram produtividade menor em relação aos demais. A diferença registrada, em alguns casos, é de 20 até 30 sacos a menos.
Área de inverno na Cotrijal
2021: 89.093 hectares (20,8% do total da área de plantio)
2022: 134.467 hectares (25,9% do total da área de plantio)
Média de produtividade dos produtores da Cotrijal
Canola: 39,3 sc/ha
Cevada: 69,2 sc/ha
Triticale: 61,1 sc/ha
Trigo: 68,1 sc/ha
Recorde também em Passo Fundo
Nelson Tondo e os filhos Bruno e Fernando também estão satisfeitos com o resultado do trigo, que ocupou 110 hectares, em Bela Vista, Passo Fundo, e rendeu 75 sacos/ha.
O clima favoreceu, mas a adequada preparação da área para receber a cultura, a adubação e os manejos fitossanitários, com orientação do Departamento Técnico da Cotrijal, também foram fundamentais, segundo Fernando.
Uma parte da área já havia recebido trigo na safra anterior e foi a que puxou as médias para baixo. “Não é o ideal e vimos na prática que o restante rendeu mais, mas, ainda assim, neste ano o resultado surpreendeu”, comemora. “O trigo é importante, porque precisamos ter rotação de culturas no inverno, plantamos todos os anos”.
Mesmo com custo elevado, boa renda no inverno
Apesar dos custos mais elevados em relação ao ano anterior - 65% a mais, considerando sementes, fertilizantes e defensivos -, os produtores que confiaram no trabalho da Cotrijal e da assistência técnica e fizeram bom investimento em tecnologia alcançaram excelentes resultados. Nesta safra, a cooperativa recebeu 50% a mais de trigo em relação a 2021, fruto da ampliação da área plantada e também das produtividades elevadas.
Principalmente no início da safra, houve boas oportunidades de mercado, conforme foi alertado no dia de campo, mas o produtor, escaldado por outros momentos em que fez a venda e depois o preço subiu, especialmente no caso da soja, ou mesmo com receio sobre o resultado da safra, acabou não aproveitando.
“Os preços caíram e com a janela de exportação próximo de fechar, não se vislumbra oportunidades de voltarem a subir aos níveis anteriores, mas, ainda assim, oferecem boas oportunidades de renda aos produtores”, afirma o superintendente Comercial, Jairo Marcos Kohlrausch.
Desafios agronômicos da safra
O coordenador técnico do Departamento Técnico da Cotrijal, Alexandre Nowicki, destaca os principais desafios agronômicos da última safra.
- Semeadura: houve atraso, devido ao excesso de umidade, mas, mesmo assim, o processo foi conduzido da forma adequada.
- Plantas daninhas: foi o maior desafio. Os manejos pré-semeadura foram os mais difíceis, devido ao excesso de chuvas. O azevém continua sendo o maior problema. A orientação é trabalhar o manejo das plantas daninhas o ano todo, dentro do sistema de produção. Os produtores que seguiram a orientação técnica, utilizando diferentes ferramentas, não apenas os químicos, tiveram sucesso.
- Doenças: a severidade foi baixa. Houve presença de oídio no início, principalmente em cultivares que são mais sensíveis, mas nesses casos o Departamento Técnico já havia montado estratégia de controle com os produtores. Foram registradas também algumas situações de mal do pé e casos isolados de ferrugem. A baixa umidade evitou o aparecimento da giberela.
- Pragas: percevejo e trips apareceram em algumas lavouras. No caso de trips, fica o alerta de que a praga já não é mais problema apenas na soja, mas vai migrando de uma cultura para outra durante o ano.
Vantagens competitivas do trigo nos últimos anos
- Pesquisa oficial e privada evoluiu, elevando a qualidade de acordo com o que a indústria demanda
- As cultivares hoje têm elevado potencial produtivo
- As práticas de manejo evoluíram muito
Para 2023
Para 2023, muitos produtores já estão com a área definida ou, pelo menos, compraram parte dos insumos. A cooperativa gerou boas oportunidades para travar parte do custo de produção da próxima safra, especialmente com sementes, durante o dia de campo de inverno do ano passado.
A orientação do Departamento Técnico aos que pretendem investir no trigo ou em outras culturas de inverno é planejar com antecedência, fazer a melhor lavoura dentro da viabilidade da sua propriedade e ficar de olho nas oportunidades de mercado.
“Esta última safra nos mostrou as boas oportunidades que temos com o inverno, mas precisamos plantar bem para colher bem, e sempre com a lavoura coberta pelo seguro para, caso o clima não seja favorável, pelo menos termos a garantia de cobertura dos custos de produção”, finaliza o superintendente de Produção Vegetal, Gelson Melo de Lima.
Fonte: Assessoria de Imprensa e Marketing da Cotrijal
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