Agricultores de Soledade e região receberam duro golpe na safra 2019/2020
Baixar ÁudioMuitos não terão nem a produção para honrar com seus compromissos
Foto: ClicSoledade
Rio Grande do Sul, o terceiro maior estado produtor de soja no Brasil, registrou perdas de aproximadamente 32% na safra 2019/2020, a confirmação veio através da Emater/RS.
Em Soledade, conforme Roger Terra de Moraes, engenheiro agrônomo da Emater, o produtor recebeu um duro golpe com grandes perdas na lavoura e números de produtividade extremamente baixos, em virtude da extensa seca que atingiu o Estado.
Para se ter ideia dos números alcançados no município, a média constatada pelos técnicos que trabalham nas lavouras da região ficou em torno de 22 sacas de soja por hectare, quando a expectativa no plantio era de 60 sacas, a perda ficou próxima de dois terços da produção, impactando no bolso do agricultor e por consequência da economia do município que não terá o dinheiro girando e tocando a economia.
Já a questão do milho a expectativa inicial de plantio era de uma produção entre 100 e 150 sacas por hectare plantado, no entanto a média não foi maior do que 50 sacas, resultando em uma quebra muito grande, significativa, pois ainda produzirá prejuízos secundários, pois o milho é muito usado dentro da propriedade no sustento dos animais e na subsistência familiar.
Mas as perdas não param por aí, a produção do feijão também teve quebra muito grande, de igual maneira a bacia leiteira sofreu grandes danos e prejuízos.
É fato que as perdas foram amplamente distribuídas pelo município, excetuando uma ou outra lavoura nas comunidades da Raia da Pedra, Pontão e Pontão da Boa União tiveram um volume maior de chuvas e uma produtividade um pouco melhor, mas no geral as perdas foram maiores, especialmente para o lado de Mormaço e Espumoso.
Mesmo com as perdas, os produtores esperavam tem um lucro melhor com a venda dos grãos, com a expectativa de receber um valor maior pela saca da soja, no entanto, estes valores não cobrirão as perdas do produtor, pois a maioria destes fez contrato futuro de venda do grão, antes do plantio, a R$ 80 (oitenta reais) e estes não terão nem a produção para honrar o contrato feito antes do plantio, enfatizou o engenheiro agrônomo da Emater.
Para as culturas de inverno, Roger tem entendimento de a área deverá aumentar, na tentativa de amenizar as perdas com as culturas de verão. Trigo e cevada deverão prevalecer nas lavouras da região, porém as pastagens de azevém e aveia deverão ter uma área plantada bem significativa.
Ouça a entrevista com Roger Terra de Moraes, na íntegra, no player de áudio acima.
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