Hoje percebo que preciso resgatar minha própria caixa de pandora e procurar a esperança que lá esqueci, da qual não cuidei direito e deixei para trás. Escondida ela permanece, em meio ao faz de conta no qual mergulho constantemente...

Lá estava eu novamente, desvendando dores, abrindo pacotes de angústias, mágoas, raivas, medos, mal resolvidos e reciclando-os novamente.... Dava-lhes nome, cor, sabor, decifrava conteúdos, colocava laço, fita, nó e mais uma vez empacotava-os, na confiança de que mais leve ficassem...

Nesse revirar de gavetas me encontrava, agora numa tentativa de aproveitar o meu bom e rejeitar, excluir da minha vida de uma vez por todas tudo que não faz mais sentido, tudo que não mais me seria útil nesta nova etapa de encontro e modificação.

Dessa vez, sentia como se estivesse observando minhas dores e mal resolvidos do lado de fora, olhando para dentro. Mais distante, com um alcance e amplitude inigualáveis. A espera acalmava meus sentidos e colocava os sentimentos numa perspectiva acomodável.

Quero renascer leve, alegre, tranquila e confiante na força maior que me rege, que nos rege. E, na ânsia por um longo abraço dentro dos braços meus...por dentro e por fora a se desvelar...

Hoje o sol da esperança apareceu novamente. Agora ele veio para me aconchegar, para nos abraçar, pegar-nos no seu colo e nos aquecer, nos acolher...

Que os bons dias nos iluminem!