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O reconhecimento mundial

Miguel Debiasi

Há pessoas que chegam ao reconhecimento mundial. Geralmente, são pessoas que entram para a história por terem feito um bem maior à humanidade. Mesmo em era de globalização da política, economia, informações, ideias, celebridades e ídolos, onde as coisas facilmente ganham proporções mundiais, está difícil alguém entrar para a história. O reconhecimento global cabe a homens e mulheres que com seus ideais de luta por um bem maior à humanidade conseguem mostrar que é possível outro mundo.

A história já consagrou muitos com o merecido reconhecimento mundial. Entre as pessoas de reconhecimento mundial está Nelson Rolihlahla Mandela, que foi um líder rebelde e é considerado o mais importante e primeiro presidente negro da África do Sul (1994-1999). Ganhou em 1993 o Prêmio Nobel da Paz. Filho de pais analfabetos, Mandela era um dos treze filhos. Após 27 anos na prisão a multidão o espera com um gesto de luta erguendo o punho fechado. Em sua homenagem foi construída uma estátua de três metros de altura feita em bronze, na qual Mandela está de punho fechado e o braço direito erguido. A Organização das Nações Unidas instituiu 18 de julho o Dia Internacional Nelson Mandela como forma de valorizar no mundo a luta pela justiça, liberdade e democracia.

Outra pessoa de reconhecimento mundial se chama Mohandas Karamchand Gandhi, ou simplesmente Gandhi, que foi um líder espiritual e pacifista indiano. Viveu sua infância na Índia e quando adulto foi para Londres (Inglaterra), onde cursou Direito. De regresso à terra natal tornou-se membro do Supremo Tribunal de Bombaim. Em 1893 mudou-se para a África do Sul, onde atuou em defesa da minoria hindu que vivia neste país africano, lutando pelos direitos iguais. Em 1914, ao regressar para a Índia, iniciou a campanha pela paz entre hindus e muçulmanos, e lutou contra o domínio britânico na Índia, defendendo a criação de um estado autônomo na Índia. Em defesa destes ideais, Gandhi foi preso várias vezes pelos britânicos. Embora preso, Gandhi era contra a violência, e defendia as formas pacíficas de protesto por greves, passeatas, retiros espirituais e jejuns. Gandhi foi um dos principais personagens no processo de independência da Índia. Apesar de obter bons resultados para a humanidade, em 1948 foi assassinado em Nova Délhi por um extremista hindu. Passou a ser chamado de Mahatma ou de “grande alma”. Hoje, ecoam pelo mundo suas célebres frases: "De nada vale a liberdade, se não temos a liberdade de errar"; "O mais perfeito ato do ser humano é a paz"; "Minha maior arma é a oração silenciosa"; "Seja a mudança que você quer ver no mundo".

No Brasil, um metalúrgico obteve reconhecimento mundial: Luís Inácio Lula da Silva, que soube pensar nos pobres e atuar em favor da promoção humana e social. O sociólogo português Boaventura de Sousa assim o descreve: “Que tipo de magia você tem que faz você hoje o garante da democracia brasileira, um farol de esperança para milhões de brasileiros gritando seu nome em todo o país e em tantas cidades estrangeiras? Que tipo de magia lhe permite dar uma lição tão extraordinária de humanidade e dignidade sob tanto sofrimento pessoal? A resposta não podia ser mais fácil: a sua simplicidade, caro presidente, é tal que os seus carrascos subestimaram a grandeza que carrega. Pequenos para começar, eles se tornam minúsculos. É assim que a história vai ter, a mesma história em que você já brilha e vai brilhar para sempre".

O escritor e psicanalista brasileiro Evaristo Magalhães assim o apresenta: "Lula é mais que uma ideia: é uma narrativa. Lula inventou e praticou sentidos. Ele mostrou - pela - sua trajetória - que um mundo melhor é possível. Lula é um mito. Não um mito do povo brasileiro, e sim, um mito - agora - da humanidade". O Prêmio Nobel da Paz de 1980, Adolfo Pérez Esquivel, entregou à ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, um manifesto de 240 mil assinaturas pela liberdade de Lula e para o Prêmio Nobel da Paz. Na oportunidade Esquivel disse à ministra: “pedi que ela tome consciência que Lula é preso político. Reconhecido inclusive como preso político pela ONU”.

O reconhecimento de pessoas que fizeram a diferença não está naquilo que possui e sim no que eles propuseram para melhorar a vida da humanidade. Provaram que as ideias são mais valiosas que os bens. Que as lutas pelo bem comum são superiores ao desenvolvimento do mercado. Que pão digno é quando todos o têm sobre a mesa, etc.

Sobre o autor

Miguel Debiasi

Frade da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia (Universidade do Vale dos Sinos – São Leopoldo/RS). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC/RS). Doutor em Teologia (Faculdades EST – São Leopoldo/RS).

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