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O que eu fiz foi para o teu bem

Neusa Picolli Fante

 

Mas o que você fez para o meu bem que não fosse para o teu também?

Ou então, porque se prejudicar, para me colocar num lugar que não sentia que era meu, que você sabia. Local/estar que não me pertencia, ou, quem sabe, que não acreditava que desejava fazê-lo, e mesmo assim fez?

Relacionamentos predizem atrapalhações...em alguns momentos, em outros nos mostram a beleza de poder contemplar aquela relação, de estar juntos. Por mais que nos expandimos, ou que procuremos entender, entramos num torno de dúbias interpretações, contradições, entendimentos, desentendimentos, distâncias, afagos e lá vai...

Cada um do seu jeito, vai agindo, interpretando a situação que vive, e é uma sequência de estímulo e resposta, onde prevalece a saúde emocional do casal. Percebo situações que, o que falta em um, pesa no outro. Cobra-se do outro, espera-se do outro... E agora? A resposta vem sempre do outro? Quando vou me potencializar para começar agir?

Ou mesmo, em outros casos, o que sofri com uma pessoa, tenho receio de sofrer com outra... não confio pelo medo instalado em mim – derrubo, pelo meu medo de um outro que não é esse outro com quem convivo...

A vida é uma sequência de vai e volta, de andar em círculo, de tentar compreender, de fazer de novo. Ah! Compreender relações humanas, é para os que desejam sair do marasmo, enxergar um pouco mais, ir além do que já foram, enfim, se desafiar...

Atrás de um indivíduo que desampara, tem um outro carente de afeto, de acolhida, de significado. E lá vai!... Não saindo do círculo vicioso, até que o carente descubra, que não é tão carente assim, e se reconstrua.

Ao ouvir “o que eu fiz foi para o seu bem”, relatado por uma pessoa simples, que se orgulhava de alguém dizer que fazia para o seu bem, me questionei o que significava aquilo, e percebi que era árduo os caminhos que precisávamos desvendar para compreender esse fazer que exige. Será uma promessa para ficar preso a alguém em gratidão?

De qualquer forma, faça do seu coração, de forma incondicional, sem o fiz para o seu bem. Coloque as pessoas no lugar delas, não acima, nem abaixo de você!

Sobre o autor

Neusa Picolli Fante

Psicóloga Clínica e Especialista em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto. Graduada em Comunicação Social.  Autora do livro Caminho dos Girassóis: Uma abordagem sobre o luto, Dor sem Escuta, Entrelinhas da Vida, Quintais da Minha alma.

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