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O Problema do Brasil é o governo péssimo e ilegítimo

Miguel Debiasi

O problema do Brasil é o governo que não representa o povo, com desaprovação de 97% da população. O atual governo é a maior nulidade da história nacional. Por conta deste fracasso, o país está sendo governado por corruptos e entregue aos interesses dos grupos internacionais. A solução do país inicia pela eleição de um governo soberano.

O Estado Brasileiro está praticamente falido com altos gastos para manter o poder e o serviço público. O cenário nacional repete a trágica situação da França no século XVIII, mas com uma grande diferença. No caso da França, por consequência dos gastos públicos, mordomias, privilégios sustentados por impostos abusivos, a população desencadeou uma revolta pública ou Revolução (05/05/1789 - 09/11/1799). O cenário nacional tenciona-se para uma iminente revolta popular por conta do desemprego, preço dos combustíveis, gás, alimentação, vestuário, corrupção generalizada, falência dos estados e municípios da federação, concentração de renda, mordomias, privilégios às castas política e pública, venda dos postos do pré-sal, privatização dos setores da mineração, energias, rodovias, portos, aeroportos e sucateamento das empresas e serviços públicos, etc.

O Estado brasileiro está falido por gestores que ocupam o ofício público em benefício próprio. Pior, a solução nacional não está no alcance da ética. Todo problema do Brasil é na verdade no campo político, no qual se criou uma divisão nacional. O cidadão brasileiro tornou-se refém desta divisão. As escolhas futuras vão acirrar mais o ódio entre as divisões. Os grandes prejudicados serão os cidadãos de bem. Com as instituições públicas e mídia corrompidas em seus próprios interesses, o estado brasileiro estará por longo tempo dividido. Uma divisão não pelo afã do debate das ideologias e ideias no campo da disputa política da direita e esquerda, mas de ódio e intolerância. A bem da verdade, a solução do Estado brasileiro passa pelo nascimento de nova consciência do cidadão.

O filósofo alemão Hegel (1770-1831) confia na capacidade do Estado porque a história da civilização é racional. Visto que sem conflitos e sem contradições não haveria história e nem ser humano politizado. A história é um movimento de conflitos e de oposições que se encontram num processo de racionalização. Ao Estado cabe garantir ao ser humano as condições para qualificar seu espírito, a razão. Hegel concebe o Estado como um organismo capaz de promover a superação dos antagonismos que dividem os seres humanos. Em outras palavras, o Estado representa a reconciliação pelo espírito de estatismo, nacionalismo, segurança nacional.

Em contrapartida, para seu conterrâneo, o filósofo Karl Marx (1818-1883), esta capacidade do Estado de obter a reconciliação dos antagonismos acontece em tese. Ao considerar que o Estado está a serviço de uma superestrutura de opressão e dominação, o processo de evolução do espírito previsto por Hegel não chega ao homem concreto, particular, individual. A função da superestrutura é a alienação. A base para isto é o trabalho, pois o trabalhador não trabalha em vista dos fins racionais ou da liberdade de espírito como pensava Hegel, mas para o sistema produtivo. O trabalhador vive em função da produção de algo que não goza ou nunca usufrui deste resultado. Na visão de Marx, o Estado está subserviente ao racionalismo burguês, articulado pela doutrina do capitalismo.

Na verdade, o problema do Estado brasileiro é assunto para muito debate desprovido de interesses e ódios. Papel não somente dos cientistas políticos, mas dos cidadãos. Porém, em 11 de novembro de 2017, entrou em vigor a Reforma Trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional, que registrou mais demissões do que contratações. O saldo de demissões ficou negativo em 12,3 milhões. Com isso, percebe-se que o problema do Brasil não é por falta de aprovadas Reformas, mas de restabelecer a função pública que compete ao Estado. Tem-se um choque ao perceber e comprovar as consequências da desastrosa Reforma de um governo ilegítimo. Portanto, de um estado totalmente subserviente aos interesses dos grupos estrangeiros. Por fim, já faz tempo que o pão sobre a mesa das famílias dos brasileiros deixou de ser função do Estado e preocupação do governo.

Sobre o autor

Miguel Debiasi

Frade da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia (Universidade do Vale dos Sinos – São Leopoldo/RS). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC/RS). Doutor em Teologia (Faculdades EST – São Leopoldo/RS).

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