História que não me pertence
“Essa história não me pertence mais. Andei muito desde que ela ardia no meu peito, incomodava minha alma, me deixava sem direção”. E eu acreditava que poderia avaliar a atitude do outro? Que prepotência era essa, que me fazia ser seu fiel endereço.
A vida do outro, o seu julgar, o meu entendimento, e o inserir essa compreensão em tudo que julgo saber, e talvez não saiba tanto assim – faz parte do dia a dia.
Quantas histórias presas em nós permanecem. Vivências que já não nos pertencem mais, e acima de tudo nos impedem de seguir adiante, mais leves, mais felizes, mais harmoniosos.
Quantas dores silenciosas fizeram parte de histórias difíceis do outro, que nosso olhar só consegue enxergar uma frestinha. Isso tudo é vida que insiste em brotar, em acreditar que é possível se refazer e assim, continuar...
Muitos já distantes do que causou dor, ouvem a voz do descompasso, querendo que voltem para trás, para pegar algo que já largou. Para resgatar algo que já enterrou, e que não lhe diz mais respeito... Ainda bem que o desejo é do outro, e que já não lhe pertence mais...
Que bom que consegue deixar para trás, que aprendeu com as dores que viveu, que segue adiante apesar da dor vivida.
Este não é mais o meu desejo, o meu encontro, o brilho da minha alma, o alivio para meu ser cansado... É muito mais que isso, é a voz do universo autorizando seguir adiante...
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