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E a tristeza, o que faço com ela?

Neusa Picolli Fante

Hoje acordei com uma tristeza no ar... desilusões, quebra de expectativas, mudança de rota... tudo a se misturar.

No meio disso tudo restou a solidão para administrar. O muito e o pouco foram embora. E todas as interpretações ficaram a fervilhar...

Dissolver essas nuvens escuras, que ali estavam, se tornava necessário, para um seguir mais leve e tranquilo.

As ilusões não se sustentaram mais, isso foi triste, e ao mesmo tempo libertador... Me senti pairando sobre elas, tangenciando a tristeza e procurando um novo seguir.

Era uma tristeza que necessitava de colo, de acolhida, de pertencimento, uma vez que ela estava relacionada à exclusão e ao não pertencimento.

Esse sentimento me prendia, e ao mesmo tempo percebi que provocava uma nova atitude em mim. Era a mudança que clamava por um novo momento, um novo entendimento, e agora rendia algumas reflexões.

Nesse anseio, desejo que a tristeza não me/te atropele. Que ela não nos derrube e sim que ela nos acompanhe, para que possamos descobrir no meio da tristeza razões para lutar e para descobrir o ser feliz apesar dela...

Me encontrei a acolher desilusões, a não ter medo da tristeza, e a transformar significativas lições.

 

 

 

Sobre o autor

Neusa Picolli Fante

Psicóloga Clínica e Especialista em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto. Graduada em Comunicação Social.  Autora do livro Caminho dos Girassóis: Uma abordagem sobre o luto, Dor sem Escuta, Entrelinhas da Vida, Quintais da Minha alma.

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