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Ainda é tempo de santidade!

Miguel Debiasi

A santidade é vocação para quem acredita em Deus. É o itinerário da ação do cristão. Mesmo na condição da fragilidade humana é possível chegar à santidade. Contudo, em cultura secularizada a palavra santidade perdeu significado. Eis uma tarefa dos cristãos de nosso tempo, ter uma postura pela santidade.

A santidade é o estado de quem pode ser considerado santo. Santo é uma pessoa que, na fragilidade da vida humana, soube percorrer o itinerário da graça de Deus. Logo, a santidade está intrinsecamente relacionada com a fé, a religião e as virtudes teologais. Uma vida de santidade no Senhor significa abdicar de atitudes e práticas consideradas abomináveis e injustas aos olhos de Deus. Por conseguinte, a santidade está relacionada à justiça, a ética, à caridade. Nesse caso, só pode ser considerando santo uma pessoa honesta, correta, benigna, justa e louvável na comunidade. Na doutrina cristã a santificação é o processo que torna algo ou alguém santo. A devoção aos santos é prática louvável nos católicos. Para a Igreja os santos são verdadeiros tesouros espirituais a interceder pelo Povo de Deus. O ícone da santidade terrena é o papa, também chamado de Sua Santidade, por representar uma devoção espiritual e pelo título que possui.

A palavra santidade tem origem no termo hebraico Qadash, que designa algo sagrado ou a pessoa que foi consagrada perante a comunidade. No Antigo Testamento o termo aparece mais de seiscentas vezes. Muitas vezes é usado para algo ou coisa a ser separada, como lugar santo (Ex 28,43; 29,30). O termo provavelmente surgiu no conceito primitivo de separação ou distinção entre o sagrado e o profano. Em outras vezes é usado para descrever uma característica ou estado de alguém. O próprio nome de Deus é manifesto “meu santo nome” (Lv 20,3; 22,2). Às vezes a cidade de Sião é chamada de “santo nome” (Sl 2,6). Muitos objetos considerados santos poderiam ser nomeados, mas para ter uma ideia em termos de locais, o Tabernáculo, o Templo em que as pessoas fazem adoração, e a Terra Santa, a nação inteira de Israel, são considerados santos.

Em sociedade secular e em Estado laico que via decisões judiciais retira os símbolos cristãos das repartições públicas, os cristãos poderiam perguntar-se a respeito do valor da fé, igualmente da santidade. Em todo o caso, é importante reconhecer que na Sagrada Escritura Deus se revela na santidade: “santos sereis, porque eu, o Senhor, sou santo” (Lv 19,2; 1Pd 1,16). A santidade é vocação de todo cristão e seu valor para a sociedade depende do tamanho da caminhada de fé dos que acreditam em Deus. Para a Igreja a santidade é inesgotável. E mais, ela pode vir a ser a medida para uma existência humana justa e ética. Se não perfeitos, busquemos ao menos ser uma pessoa excepcional.

Sobre o autor

Miguel Debiasi

Frade da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia (Universidade do Vale dos Sinos – São Leopoldo/RS). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC/RS). Doutor em Teologia (Faculdades EST – São Leopoldo/RS).

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