Ah! Ilusões...
Ilusões, frutos de sonhos, de certezas incertas, de devaneios... Cada ser humano guarda sua cota de ilusões dentro de si. Uma ilusão diferente da outra toma espaço; uma pessoa diferente da outra conserva as suas. As utopias deixam brechas entreabertas se não forem conduzidas nesse fluir de vida e de consciência...
Quantas ilusões deixei pelo caminho! Umas joguei fora, outras esqueci à margem da vida, como quem deixa o casaco vermelho na praça e sabe que jamais vai achá-lo. Outras, ainda, carreguei até que fosse possível, na tentativa de não me desfazer delas, tentando sustentá-las até que fosse admissível.
Transformei uma boa quantidade delas, e isso me fez alimentar muitos sonhos e construir tantos outros que nem sabia que poderiam existir, mas que pouco a pouco se fortificaram em mim.
Esperei muitos desejos se realizarem num passe de mágica, o que fez crescer as desilusões que ficaram retidas em mim até que eu pudesse transformá-las.
Quintana, o amigo poeta, em “Das ilusões”, diz: “Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o. Com ele ia subindo a ladeira da vida. E, no entanto, após cada ilusão perdida... Que extraordinária sensação de alívio!”. As palavras do poeta me fazem perceber que cada um conserva sua parcela de ilusões num saco, num pote mágico ou truncada dentro de si; entretanto só quem tem o poder de transformá-la ou deixar-se transformar por ela é quem a carrega.
Minhas ilusões, dores e amores seguem em constante transformação... Ah! Vida vivida, reinventada em constante transformação...
Ah! Ilusões...
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