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Setembro Dourado: tratamento do câncer infantojuvenil em centros especializados aumenta expectativas de cura

por Rudimar Galvan

Em oito anos de existência, Centro Oncológico do Hospital São Vicente de Paulo atendeu centenas de crianças e adolescentes

No mesmo mês em que comemorou 8 anos de idade, em fevereiro de 2018, o estudante Michel Dill, morador da cidade de Aratiba, iniciou uma jornada intensa e desafiadora. A celebração de aniversário daquele ano, marcada pela angústia após o diagnóstico de um câncer, teve um pedido diferente de presente: vencer a luta contra a doença.

Os pais, Marines e Jacir Dill, relembram que os primeiros sinais começaram quatro meses antes. “O Michel sempre foi um menino muito ativo, saudável e nunca havia apresentado problemas de saúde. Em outubro de 2017, ele começou a sentir muito cansaço nos pequenos esforços, sonolência e sudorese noturna, mas achávamos que fosse por brincar bastante e descansar pouco. Depois disso, passou a ter dores de quadril e sangramento nasal. Durante este período investigamos as causas, fizemos vários exames, mas tudo estava dentro da normalidade”, recordam. 

Em fevereiro de 2018, após o agravamento dos sintomas, o menino foi encaminhado para o Centro Oncológico Infantojuvenil do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, onde, após uma investigação mais detalhada, a família recebeu o diagnóstico: Leucemia Linfóide Aguda (LLA), um tipo de câncer no sangue. “Foi como se nosso mundo tivesse caído, perdemos o chão e o desespero tomou conta de todos. Só sabíamos chorar e, de momento, não tínhamos fé nem esperança, mas depois fomos assimilando e aceitando as consequências da doença. Tivemos uma rede de apoio muito grande, de muitas pessoas e, dessa forma, lidar com a situação tornou-se um pouco mais confortável”, afirmam. 

Acompanhado pelo Centro Oncológico, Michel realizou diversos ciclos de quimioterapia, passou por períodos de internação e, após dois anos, concluiu o protocolo de terapia previsto com grande sucesso. “Todos os profissionais são extremamente competentes, especializados e atenciosos com os pacientes e familiares. Com certeza ter um centro de especialização nesse nível fez toda a diferença. Em todos os momentos estiveram dando todo suporte profissional e emocional. São pessoas e profissionais incríveis, que lembramos sempre com muito amor e respeito”, reconhecem. 

Atualmente com 14 anos, Michel vive normalmente e está curtindo a adolescência com muita saúde. “Para quem está passando por isso, sabemos que é uma fase extremamente difícil e que existem muitos questionamentos, mas nunca percam a fé, por mais dolorido que seja. Há muitos altos e baixos durante essa árdua batalha, mas saibam que estão em mãos de pessoas maravilhosas e que fazem o possível para a cura das nossas crianças e adolescentes”, concluem os pais. 

A campanha Setembro Dourado

Michel é uma das 13 mil crianças e adolescentes com idade entre 0 a 19 anos diagnosticadas com câncer anualmente no Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Como forma de chamar a atenção da sociedade para o tema, neste mês acontece a campanha Setembro Dourado, um movimento que destaca a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil. 

Segundo o médico coordenador do Centro Oncológico Infantojuvenil, Dr. Pablo Santiago, o grande desafio é detectar o câncer em fase inicial, já que muitos sintomas costumam ser confundidos com problemas de saúde de menor gravidade. “Muitos diagnósticos atrasam porque muitas doenças graves e principalmente o câncer têm uma tendência natural a serem evitados pela maioria das pessoas, isso é um grande obstáculo para o convencimento do diagnóstico e muitas vezes a doença é cogitada como última opção. Por isso, os pais ou responsáveis devem estar sempre atentos aos sinais que as crianças e adolescentes possam apresentar”, frisa o médico. 

São mais frequentes nessa faixa etária tumores no sistema nervoso central, tumores ósseos, leucemias e linfomas. “Febre com mais de cinco dias de duração, perda de peso e suores noturnos são alguns dos sinais mais comuns. No entanto, há neoplasias que apresentam outros sintomas, como anemia, palidez, sangramentos, alterações no equilíbro, dores de cabeça, vômitos matinais, entre outros. Por isso nenhuma hipótese deve ser descartada”, complementa o especialista.

Se descoberto precocemente e tratado em centros especializados, o câncer infantojuvenil tem até 70% de chance de cura. “Nesse sentido podemos falar da importância dos centros especializados como o Centro Oncológico Infantojuvenil do HSVP, que já existe há 8 anos. Nele conseguimos estabelecer tratamentos específicos para cada paciente, com equipes preparadas e especializadas. Isso faz toda a diferença no tratamento”, conclui Dr. Pablo.

O Centro Oncológico

Em 2024, o Centro Oncológico Infantojuvenil do Hospital São Vicente de Paulo celebrou oito anos de história. O local é referência para uma população superior a dois milhões de habitantes, de 226 municípios das regiões norte e missioneira. Com equipe capacitada e especializada, a estrutura dispõe de Ambulatório, Espaço Lúdico, Unidade de Internação, brinquedoteca e classe hospitalar.

*Informações: Comunicação HSVP

Central de Conteúdo Unidade Tua Rádio Cacique

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