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Estratégias de prevenção serão discutidas no 1º Fórum Gaúcho sobre o Mormo

por Flavio Webber

As atividades serão realizadas no auditório do Hospital Veterinário, Campus I da UPF

Foto: Divulgação

Na década de 1990, mais de 400 animais morreram na Zona da Mata no Nordeste brasileiro de mormo e, desde 2000, a zoonose avançou para o sul e o oeste. A doença entrou no Rio Grande do Sul na metade do primeiro semestre deste ano e, a partir de então, exigências sanitárias foram estabelecidas, impactando em feiras e exposições, mercado e trânsito de animais. Um dos impactos foi a suspensão das apresentações de equinos durante a programação dos Festejos Farroupilha em Passo Fundo. A fim de definir estratégias de prevenção e discutir cientificamente a disseminação do mormo, a Universidade de Passo Fundo (UPF) vai receber, no dia 08 de outubro, o 1º Fórum Gaúcho sobre o Mormo.

O evento contará com um talk show com a presença de lideranças do setor produtivo, entidades de pesquisa e fiscalização, além de representantes do poder público. A atividade acontece pela manhã, das 9h30min às 11h30min. Na parte da tarde, serão apresentadas quatro palestras técnicas sobre o tema e, à noite, após um amplo debate, haverá assinatura de convênios e termos de compromisso. Durante o dia, as atividades serão realizadas no auditório do Hospital Veterinário, Campus I da UPF, e, à noite, o encerramento se dará no salão de eventos do 3º Regimento de Polícia Montada (3ºRPMon) ), que comemora seus 85 anos.

Conforme o médico veterinário e professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV) João Ignácio do Canto, o mormo é uma doença infectocontagiosa que não tem cura e atinge especialmente os equídeos. “O mormo é uma doença nova que está gerando muita discussão e dúvidas entre produtores e técnicos sobre o diagnóstico e sobre como fazer para controlar”, afirma

Apesar de ser uma zoonose, existem poucos relatos de casos de infecção em humanos. Canto ressalta, entretanto, que não há dados na literatura brasileira que especificam sobre o mormo, especialmente porque há dificuldade no diagnóstico da doença. “Por não haver tratamento nem vacina, o mormo ganha status de doença que tem que ser notificada à organização mundial de saúde animal e, com isso, o local que apresenta um foco da doença torna-se uma área endêmica e, portanto, deve ser interditado”, comenta o professor, explicando que essa condição interfere no mercado, com embargos sanitários internacionais e restrição de transporte entre municípios, tanto de animais quanto de seus produtos biológicos, como sêmen e embriões.

A doença pode ser transmitida tanto para humanos quanto para outras espécies animais. “Bovinos e suínos são mais resistentes, mas os demais como cães, pequenos ruminantes e felinos, podem contrair a doença”, destaca Canto, lembrando que a detecção se dá por meio de teste sanguíneo, com prova de confirmação feita pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. Segundo ele, os animais com testes positivos precisam ser sacrificados. “Essa não é uma característica apenas do mormo, mas outras doenças como a tuberculose, brucelose e a febre aftosa em bovinos também é feito o sacrifício dos animais para evitar que a doença se multiplique”, explica.

A UPF tem o Laboratório de Diagnóstico de Anemia Infecciosa Equina, que é credenciado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e acreditado pelo Inmetro para o exame de anemia e poderá ter o serviço ampliado para detecção de mormo. Atualmente, as amostras de sangue são coletadas no local e os testes de mormo são encaminhados para outro laboratório em São Paulo.
 

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