Um estudo recente revelou que, diariamente, 63 idosos no Brasil procuram atendimento hospitalar devido a quedas, resultando em um número alarmante de 19 óbitos diários decorrentes desses incidentes. Os dados do Ministério da Saúde indicam um crescimento acelerado desse tipo de acidente nos últimos anos, com um aumento de 4.816 mortes em 2013 para 9.592 em 2022.

A queda da própria altura tornou-se a terceira principal causa de morte entre pessoas com mais de 65 anos, totalizando mais de 70.000 óbitos no período de 2013 a 2022. Diante desses números preocupantes, especialistas alertam para a importância de medidas preventivas e conscientização sobre os riscos enfrentados pela população idosa.

Em entrevista para a Tua Rádio Cacique, a Dra. Jaqueline Machado, médica geriatra, tratou dos fatores que contribuem para essas quedas. Segundo ela, diversas condições, como alterações musculoesqueléticas, pressão arterial, uso de certos medicamentos e doenças crônicas, aumentam significativamente o risco de quedas em idosos.

A médica enfatiza que, embora algumas mudanças no organismo sejam naturais com o envelhecimento, não se deve considerar a queda como algo normal. Ela ressalta a importância de intervenções desde a avaliação do ambiente doméstico até a adoção de práticas que visem fortalecer a musculatura e melhorar o equilíbrio.

A prevenção, segundo a médica geriatra, deve começar antes do envelhecimento, destacando a relevância de avaliações oftalmológicas anuais, ajustes na medicação, prática de exercícios físicos e a ingestão adequada de proteínas. A especialista também sublinha a necessidade de uma abordagem multiprofissional, envolvendo fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais de saúde.

A entrevista abordou ainda o impacto das quedas em idosos com demência, ressaltando a importância de adaptações no ambiente doméstico para garantir a segurança dessas pessoas.

Dra. Jaqueline reforçou a necessidade de consultar um geriatra a partir dos 40 anos, não apenas para tratar doenças relacionadas ao envelhecimento, mas também para implementar medidas preventivas que promovam um envelhecimento saudável e com qualidade de vida.