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Campanha Março Amarelo: endometriose afeta mais de 7 milhões de mulheres no Brasil

por Rudimar Galvan

No mundo, doença atinge aproximadamente 176 milhões de mulheres

Médico ginecologista e membro do Corpo Clínico do Hospital São Vicente de Paulo, Dr. Pedro Henrique Bordin
Foto: Divulgação/Liliane Ferenci - Comunicação HSVP

Março é mundialmente conhecido como o mês da mulher, marcado não somente pelo Dia Internacional da Mulher e tudo o que a data representa, mas também pela conscientização sobre a saúde feminina. Entre as ações está a campanha Março Amarelo, que visa refletir sobre uma doença que afeta, segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 176 milhões de mulheres em todo o mundo e em média 7 milhões no Brasil: a endometriose. 

O médico ginecologista e membro do Corpo Clínico do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, Dr. Pedro Henrique Bordin, explica que a endometriose é uma doença benigna caracterizada pelo crescimento do endométrio, tecido que reveste o útero, fora da cavidade uterina. “A endometriose é uma doença inflamatória pélvica onde há implantação do tecido do endométrio, camada interna do útero (menstruação) fora do útero. A doença costuma acometer os órgãos e tecido mais próximos, como trompas, intestino, bexiga, ligamentos uterinos e peritônio”, explica.

Não existe uma causa exata para o problema, mas algumas teorias, como a da menstruação retrógrada, já foram levantadas. “Nela o fluxo menstrual volta para a cavidade abdominal e ali as células do endométrio se implantam. Ela acomete, normalmente, mulheres em idade fértil, ou seja, desde a primeira menstruação até a menopausa. Mulheres com histórico familiar da doença estão 7 a 10 vezes mais propensas a desenvolver endometriose”, detalha o especialista. 

Sintomas e diagnóstico

Ainda conforme o Dr. Pedro, mulheres acometidas pela doença costumam sentir dor pélvica cíclica, do tipo cólica, que piora no período menstrual, dores na relação sexual, ao urinar ou evacuar, inchaço abdominal e dificuldade para engravidar. Além da história clínica da paciente, o diagnóstico é feito através de exame físico, laboratoriais e complementares. “Entre os exames extras estão o ultrassom transvaginal especializado e a ressonância magnética”, complementa. 

Além disso, dos casais inférteis, pelo menos 50% a causa é a endometriose. “Sabemos que há uma maior taxa de infertilidade em mulheres que possuem endometriose e que há acréscimo nas chances de gestação após o procedimento cirúrgico, sendo maiores nos primeiros meses do pós-operatório. Em casos de insucesso existe a possibilidade de utilizar técnicas de reprodução assistida”, explica o médico. 

Tratamento

A endometriose pode ser controlada através de um tratamento adequado, especializado e multidisciplinar para garantir mais qualidade de vida das pacientes. Para isso, a mulher precisa estar atenta aos primeiros sintomas e procurar ajuda especializada assim que houver suspeitas. “O tratamento é diferente para cada caso e depende do grau de acometimento da doença, mas costuma envolver o uso de medicamentos e procedimentos cirúrgicos. Além disso, a paciente necessita do apoio familiar e de mudanças nos hábitos de vida, através da prática de exercícios físicos, fisioterapia e psicoterapia”, destaca Dr. Pedro.

A campanha Março Amarelo

A endometriose ainda é pouco conhecida, por isso a campanha Março Amarelo busca esclarecer informações sobre a doença e incentivar a detecção precoce. “A campanha quer conscientizar tanto o público leigo como médicos e demais profissionais da área da saúde em relação aos sintomas, pois pode ser um sinal de endometriose. A doença acomete 10% da população feminina, então precisamos estar em alerta e chamar a atenção da sociedade”, finaliza o médico.

*Informaçõies:  Comunicação HSVP

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