Passo Fundo tem o único Banco de Tecidos Musculoesqueléticos do RS
Hospital São Vicente de Paulo faz o processamento dos materiais e o treinamento de profissionais que atuam nos serviços captação
Setembro é uma época bastante significativa para área da saúde, especialmente, porque neste mês são desenvolvidas várias campanhas educativas voltadas à comunidade. Uma delas, conhecida por “Setembro Verde”, chama a atenção para a importância da doação de órgãos como coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino e rins, além de tecidos, ossos e tendões.
Atualmente, no Brasil, sete Bancos de Tecidos estão habilitados para atender a demanda de pessoas que precisam de transplantes musculoesqueléticos. No Rio Grande do Sul, apenas o Hospital São Vicente de Paulo possui o serviço, que está em funcionamento há 19 anos. Neste período, obteve 1.321 doadores e disponibilizou tecidos para mais de 7.600 receptores.
Conforme o ortopedista oncológico Marcos Nunes, integrante do Corpo Clínico do HSVP e da Clínica IOT, os tecidos musculoesqueléticos são bastante utilizados em cirurgias ortopédicas. “São essenciais em revisões de artroplastias de quadril e joelho, reconstruções após ressecção de tumores ósseos, lesões ligamentares e correções de deformidades ósseas. Além disso, profissionais de odontologia também precisam de enxertos ósseos para realizarem inúmeros procedimentos”.
Embora os números do Banco de Tecidos Musculoesqueléticos (BTME) sejam positivos, o Hospital São Vicente de Paulo precisou buscar alternativas para aumentar o número de doações e, consequentemente, a disponibilidade desse material. Neste sentido, equipes satélites para a captação foram criadas e estão sendo treinadas em outras instituições de saúde. O processo segue critérios técnicos e clínicos definidos pelos órgãos sanitários atendendo às boas práticas em manipulação de tecidos humanos para uso terapêutico.
TREINAMENTO DE EQUIPES SATÉLITES EM OUTRAS CIDADES
Para levar o conhecimento acerca do processo, especialistas do HSVP realizaram o treinamento de profissionais para a seleção dos doadores e a captação de tecidos no Hospital de Clínicas (Passo Fundo), no Hospital Pompéia (Caxias do Sul) e, mais recentemente, na Santa Casa (Porto Alegre). A iniciativa visa incentivar a cultura da doação, multiplicar as equipes que atuam na área e ampliar a oferta de ossos e tecidos para transplante.
O treinamento da equipe satélite da Santa Casa, realizado em agosto, trouxe um reforço para o trabalho desenvolvido em Passo Fundo. “Agora, o hospital da capital gaúcha terá o papel de captação na região metropolitana e de enviar o material doado para o HSVP, que continua sendo o responsável pelo processamento, armazenamento e distribuição dos tecidos ósseos”, explicou o enfermeiro gestor do Banco do HSVP, Mauricio Zangirolami.
O ortopedista Anthony Kerbes Yépez, coordenador do grupo de Cirurgia do Quadril da Santa Casa e responsável pela equipe de captação, comemora o fato da instituição ser a primeira de Porto Alegre a contar com uma equipe satélite. “Além de contribuir para abastecer os estoques do Banco e beneficiar mais pacientes que necessitam de transplante ósseo, também vamos conseguir ampliar a possibilidade de acesso a esses tecidos e oferecer recursos cada vez mais completos para as cirurgias ortopédicas na nossa instituição”.
*ASCOM/HSVP
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