Em entrevista à Tua Rádio Cacique nesta quarta-feira, 03/01, a psicóloga organizacional Graziela Consoladora Ribeiro, professora universitária na Atitus, especialista em Gestão de Pessoas com mais de 12 anos de experiência, trouxe à tona importantes reflexões sobre o burnout, uma síndrome que tem ganhado destaque no cenário laboral.

Para Graziela, o burnout está intrinsecamente ligado à relação que o trabalhador estabelece com seu ambiente profissional. Trata-se de uma síndrome que surge como resultado do excesso de trabalho, entre outros fatores, e que impacta diretamente a saúde mental do profissional.

Apesar de não ser uma doença nova, a síndrome de burnout tem recebido maior atenção recentemente, sendo agora considerada uma doença ocupacional. Isso alterou diversos aspectos, incluindo implicações na legislação trabalhista e estabilidade do profissional afetado.

Graziela explica que o burnout apresenta sintomas variados, afetando tanto o aspecto físico quanto o mental dos indivíduos. Profissões que demandam interação com outras pessoas, como médicos, enfermeiros, jornalistas, policiais, são mais propensas a desenvolver a síndrome.

Identificando o burnout

A especialista destaca a importância de estar atento aos sinais, mencionando sintomas como exaustão física e mental, insônia, alterações de apetite, dificuldade de concentração e sentimentos de desesperança. A pessoa afetada pode não fazer automaticamente a conexão entre esses sintomas e o ambiente de trabalho, o que ressalta a necessidade de conscientização.

Diagnóstico e tratamento

Ao identificar os primeiros sintomas, Graziela recomenda procurar ajuda profissional, geralmente de psicólogos ou psiquiatras. O diagnóstico envolve avaliação clínica e, em alguns casos, o uso de inventários para pontuar os sintomas. O tratamento inclui principalmente psicoterapia, podendo envolver também o uso de medicamentos, dependendo da gravidade do quadro.

A psicóloga ressalta o papel crucial dos gestores na prevenção do burnout. Eles devem conhecer os sintomas, promover uma gestão eficiente das demandas de trabalho, dividir tarefas adequadamente e criar um ambiente de trabalho acolhedor. A prevenção, segundo ela, é essencial, pois permite que a empresa atue de forma proativa, evitando que seus colaboradores cheguem a estados mais graves da síndrome.