A recente cassação dos diplomas do prefeito Adair Barilli e do vice-prefeito Flávio Pitton, do município de Muliterno, tem gerado ampla discussão e incerteza na região. A decisão, proferida pela juíza eleitoral Lilian Raquel Bozza, alega práticas ilegais durante as eleições de 2020, incluindo a compra de votos.

Para entender melhor a perspectiva da defesa, a Tua Rádio Cacique realizou entrevista com o advogado Victor Hugo Muraro, que representa os políticos cassados. Ele esclareceu que após a sentença, foram opostos embargos de declaração, que constituem o primeiro recurso. No entanto, acredita-se que a sentença provavelmente não será modificada na justiça local. Portanto, a defesa já planeja recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Porto Alegre.

Em relação às acusações graves, como a compra de votos e caixa dois, Muraro destacou que a defesa contesta a existência de provas concretas nos autos que vinculem os políticos a tais práticas. Ele também ressaltou que, para justificar uma decisão judicial, as provas devem ser obtidas de forma lícitas.

Uma questão importante levantada durante a entrevista foi o afastamento dos cargos. Victor Hugo Muraro esclareceu que o prefeito e o vice permanecerão em seus cargos até que haja uma decisão colegiada no tribunal. O advogado também mencionou que a condenação de inelegibilidade por oito anos só será efetiva após o trânsito em julgado da sentença.

Diante disso, mesmo com o afastamento dos cargos como medida cautelar, a possibilidade de os políticos concorrerem a uma possível reeleição nas eleições do próximo ano permanece incerta. A situação deverá ser analisada com base no contexto e na evolução do processo.