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Basegio renuncia ao cargo de deputado estadual

por Rudimar Galvan

Com grandes chances de perder o mandado, o deputado se antecipa e deixa de correr o risco de ser o primeiro deputado gaúcho a ser cassado em votação que aconteceria dia 24

Pouco mais de cinco meses após ser denunciado em uma reportagem de Giovani Grizzotti, no Fantástico da TV Globo, o deputado estadual Dr. Diógenes Basegio (PDT) renunciou ao cargo para evitar a cassação de seu mandato.

 

Alvo de processo por quebra de decoro parlamentar, por ter contratado funcionária fantasma em seu gabinete e ter sido omisso ao não denunciar irregularidades praticadas pelo seu ex-assessor e delator Neuromar Gatto, Basegio citou que estava sendo massacrado publicamente e não tinha os devidos espaços para se defender na mídia.

 

Em entrevista ao vivo em uma rádio da Capital leu sua carta de renúncia, com 14 páginas, onde fez uma agradecimento aos familiares, amigos e equipe de trabalho, sem os quais não teria resistido por tanto tempo. "Não é fácil renunciar a um mandato popular que democrática e legitimamente por duas vezes me foi confiado pelo povo do meu Estado", se referiu no início do texto.

 

“Renuncio em respeito a minha trajetória pessoal e profissional e aos meus familiares”, mencionou. O ex-deputado também ressaltou que vai retornar as origens e desempenhar suas atividades como médico. Além disso, em tom ameaçador, alertou: "vou fazer vir à tona as verdades que não deixaram mostrar". A carta onde comunica oficialmente sua renúncia deve ser entregue na tarde desta sexta-feira (20), na Assembleia Legislativa.

 

Primeira renúncia da AL

 

Diógenes Basegio (PDT) elegeu-se deputado estadual para seu primeiro mandato, em 2010,  com 36.071, depois de ter sido vereador em Passo Fundo por duas legislaturas, sempre com expressivas votações. Na sua reeleição para a Assembleia Legislativa, em 2014, recebeu 33.829 votos. E agora entra para a história do parlamento gaúcho como o primeiro deputado estadual e renunciar o mandato parlamentar.

 

O cargo de Basegio será assumido pelo segundo suplente de bancada e atual presidente da Corag, Vinícius Ribeiro, já que a primeira suplente e agora titular Juliana Brisola já estava ocupando a vaga do deputado Gerson Burman, que é Secretário Estadual de Obras.

 

Votação do parecer pela cassação

 

A renúncia de Basegio veio poucos dias antes do parecer que pedia sua cassação na Assembleia Legislativa ser votado. A sessão estava marcada para ocorrer na próxima terça-feira, dia 24. Se fosse cassado perderia os direitos políticos, o que não ocorre com a renúncia. Apesar disso, pelo regimento da Assembleia, o parecer precisa ser votado para que o processo se encerre.

 

Novas denúncias pressionaram o ex-deputado

 

Neste mês dois novos fatos pesaram para que o ex-deputado Diogenes Basegio decidisse pela saída do Parlamento Gaúcho.

 

No dia 10, o Corregedor da Comissão de Ética, deputado Marlon Santos (PDT), diante de novas denúncias apresentadas pelo ex-assessor Neuromar Gatto, decidiu abrir um novo processo contra Basegio. Agora os alvos da investigação seriam uma lista com 20 nomes de funcionários fantasmas, a extorsão de dinheiro dos servidores do gabinete e fraude nos gastos com diárias e combustíveis.

 

Na terça-feira (17), a Polícia Federal de Passo Fundo, a pedido do Ministério Público Eleitoral, abriu investigação contra Diógenes Basegio para apurar a possível pratica de crime eleitoral. O foco principal é a manutenção, pelo ex-parlamentar, de um albergue em Passo Fundo.  Segundo denúncias, esse estabelecimento era utilizado para captação de votos. Se ficar comprovado, a pena é de 4 anos de cadeia.

 

Além dos processos na Assembleia Legislativa e Polícia Federal, Basegio enfrenta uma ação de improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público.  O ex-parlamentar é acusado enriquecimento ilícito, peculato, concussão, lavagem de dinheiro e organização criminosa.  Por conta dessa ação, Basegio e cinco ex-assessores tiveram os bens bloqueados pelo Poder Judiciário. Para o MP a estimativa é de que a quadrilha, liderada por ele, tenha lesado os cofres públicos em mais de R$ 2 milhões e 400 mil reais, durante 2011 e 2014

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