Hospitais realizam manifestações em Porto Alegre por recursos do Estado
Deputado Santini lidera manifestação por recursos para os hospitais filantrópicos
Foto: Ederson da Rocha
Com a possibilidade do corte superior a 4,6 milhões de procedimentos hospitalares em 2015, o presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, deputado Ronaldo Santini (PTB), integrou a manifestação em frente ao Palácio Piratini, nesta quarta-feira (13), que defendeu o pagamento de recursos atrasados do governo do Rio Grande do Sul. O protesto, considerado como "Dia D" dos hospitais, contou com presença de mais de 2 mil pessoas, de todas as regiões do Estado, que representaram as 245 unidades hospitalares associadas à Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do RS.
Juntas, essas instituições têm em torno de R$ 100 milhões a receber do Estado, referentes aos repasses do cofinanciamento nos primeiros quatro meses do ano. Este débito faz parte do corte de gastos implantado pelo governo de José Ivo Sartori. Outra conta cobrada pelos hospitais diz respeito aos pagamentos de outubro e novembro do ano passado, R$ 132,6 milhões, de produção. A revisão na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), que está sendo reivindicada em Brasília, junto ao governo federal, também foi pauta do evento. Atualmente, a cada R$ 100 de serviços prestados por estas casas de saúde, o SUS remunera somente R$ 60. O restante acaba sendo absorvido pelos hospitais, segundo dados da Federação.
Santini considerou o ato como um chamamento para a crise da Saúde. "É um movimento que não tem cunho partidário ou ideológico. Esta é uma luta pelos pacientes e pelos trabalhadores do setor, que dependem necessariamente da saúde financeira dessas instituições", comentou. O parlamentar disse estar de "luto" neste dia, diante da notícia do fechamento de leitos, cancelamento de consultas, exames e cirurgias eletivas. “Este é o dia D, da dor e do desespero, pois enquanto todos estão aqui, muitas pessoas estão precisando de atendimento. Tenho a convicção que o governador Sartori, enquanto homem público que é, não vai nos fechar as portas, pois quem perde é o usuário e o trabalhador que pode ficar sem emprego”, ressaltou.
Manifestaram-se no carro de som, vinte deputados estaduais, o presidente da Federação das Santas Casas, Francisco Ferrer, demais diretores e representantes da entidade, presidentes e provedores de Santas Casas e Hospitais Filantrópicos. Além do presidente da Federação dos Empregados em Serviços de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (Feessers), Milton Kempfer, entre outros dirigentes de entidades representativas do setor.
Governo
Em meio ao protesto, através da interlocução de Santini com integrantes do governo, uma comitiva foi convidada a debater a situação com o secretário chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi. A ele foi entregue um documento com a projeção do redimensionamento da assistência ao SUS, caso não haja o pagamento dos vencimentos.
O secretário afirmou que o Estado não terá como cumprir com este compromisso imediatamente. Porém, sugeriu a retomada do diálogo entre as partes (hospitais e governo), para que juntos, formem um grupo de trabalho, e construam uma alternativa para amenizar a crise, estabelecendo um novo convênio, prevendo pagamentos inferiores a R$ 25 milhões mensais e se enquadrando nas atuais condições financeiras da Fazenda estadual.
Outra medida ventilada na reunião foi a possibilidade da união dos esforços, suprapartidários, com objetivo de solicitar ao parlamento federal gaúcho, uma emenda de bancada, em Brasília, específica para custeio dos hospitais filantrópicos.
O grupo de trabalho será constituído e deverá se reunir na próxima semana para retomar as discussões.
Assembleia
Presidente da Frente Parlamentar que defende o segmento e primeiro vice-presidente da Assembleia Legislativa, Ronaldo Santini, reuniu os diretores da Federação das Santas Casas com o presidente da Casa, Edson Brum (PMDB), na parte da manhã. No encontro, no gabinete da Presidência, o representante máximo do parlamento recebeu um documento com as reivindicações do setor.
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