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Agricultores são orientados sobre pastagens de inverno, silagem e crimes de abigeato em Capão Bonito do Sul

por Rudimar Galvan

Os temas foram abordados durante o 7º Seminário Agropecuário realizado em comemoração aos 28 anos do município

Público presente no evento.
Foto: Divulgação/Vitor Corá I Ascom PMCBS

Um evento puramente técnico reuniu, na última quarta-feira (17), mais de 160 pessoas, em sua maioria agricultores, em Capão Bonito do Sul, durante o 7º Seminário Agropecuário, que em todos anos traz assuntos relevantes e de interesse do público. Neste ano, três palestras abordaram os temas de pastagens de inverno, silagem e crimes de abigeato.

O evento, realizado no Gaúcho Futebol Clube, foi promovido pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente e Emater/RS-Ascar, com apoio da Cotrijal e Sicredi. De acordo com o extensionista e chefe do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar, Mauro Sérgio dos Santos, a cada edição do evento, as temáticas são cuidadosamente selecionadas, levando em consideração a realidade local e as demandas dos assistidos ao longo do ano.

 

As palestras

O engenheiro agrônomo da Cotrijal, Marcelo da Silveira Pinto, falou sobre a implantação e manejo de pastagens de inverno. “A folha é o produto final da pastagem, assim como o grão é o produto final da lavoura de soja”, disse Marcelo aos produtores. “Pastagem é como qualquer outra lavoura. Tem o momento correto para ser colhida e tem o produto correto que se quer colher, que, no caso, seria a folha. E é através dessa folha que eu vou ter a maior conversão de produção de proteína animal, seja na forma de leite ou de carne. Para que eu consiga fazer isso, tem que ter atenção ao manejo”, explicou.

Ele cita, entre os manejos, o momento correto de colocar o gado na pastagem, por exemplo, que em se tratando de pastagens de inverno é quando elas atingem 18cm a 20cm, aproximadamente. “Mas esse não é um número fixo, o que determina realmente é a posição da folha, que é quando a ponta folha fica paralela ao nível do solo, nesse momento é que a planta consegue interceptar 95% de toda a luz solar”, esclarece.

O engenheiro ainda reforça que o momento de retirada dos animais da pastagem, pois a pastagem precisa de uma resteva mínima para que consiga ter rebrote vigoroso e para que não haja instalação de plantas invasoras. “Falando em pastagens de inverno, o momento de retirada dos animais é quando ela está entre cinco e sete centímetros, assim a planta consiga fazer o rebrote e o intervalo entre os pastoreios possa ser entre 15 e 18 dias, desde que ela atinja o ponto ideal”, explicou.

Ainda com foco na produção, o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar do Escritório Regional de Passo Fundo, Vilmar Wruch Leitzke, palestrou sobre as boas práticas na fabricação de silagens. “A produção de silagem no Rio Grande do Sul, predominantemente, ainda é feita com a cultura do milho e nós sabemos que o milho tem um custo elevado de implantação, bem como o processo de ensilagem. Então, temos no alimento conservado, comparativamente ao pasto, um custo bem mais elevado”, explicou Leitzke. Mas, segundo o agrônomo, não há como produzir sem essa prática, visto que o RS passa por períodos de escassez de pastagens nos meses de abril e maio e outubro em novembro, quando se faz necessário o alimento conservado.

Leitzke explica que quando se fala em boas práticas, são práticas que serão adotadas para garantir uma boa produtividade. “Isso passa pela escolha adequada da variedade, por densidade de plantio, manejo, ponto de colheita, tamanho de partícula que está sendo cortado, o processo de ensilagem, entre outros fatores, justamente para que esse alimento que foi levado para o silo possa ter condições adequadas para que o processo de fermentação ocorra de forma adequada. Se errarmos em uma dessas etapas comprometemos todo o processo, mas o custo continua igual”, avaliou. Ele ainda acrescenta, “não existe possibilidade de você ter uma silagem de boa qualidade se houve erro no manejo anterior. Os processos de ensilagem mantêm qualidade, dificilmente vão melhorar qualidade”.

Outro aspecto importante trazido pelo major do 10º Batalhão da Brigada Militar, Marcelo Almeida de Souza, foi segurança no campo e estratégias de enfrentamento à crimes de abigeato. Algumas orientações básicas foram apresentadas, como o recolhimento do gado em potreiros próximos às casas, cães, cercas, cadeados e correntes, sistemas de videomonitoramento e de vigilância comunitários. O major também apresentou o Patrulhamento Comunitário, que é a organização dos próprios moradores da localidade em grupos de aplicativos de mensagens por exemplo, mantendo uma comunicação sobre movimentação estranha próxima às propriedades, alertando a Brigada Militar. “Além disso, seria o investimento em equipamentos para cercamento das áreas maiores. Seriam equipamentos um pouco mais caros, que necessitem de energia e internet, mas que funcionaram e praticamente zeraram os crimes de abigeato na região de Vacaria”, disse.

Segundo o major, em Capão Bonito do Sul há um alerta em razão de fatos graves, que foram abigeatos de carga nos meses de janeiro e março. Por isso a necessidade de ampliar o patrulhamento ostensivo no município, mas também de conscientizar e mobilizar os agricultores para a prevenção. Ao final do evento, que contou com a presença do prefeito municipal, Felippe Rieth, foi servido almoço com tradicional churrasco, aos participantes.

 

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