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Projeto do curso de Arquitetura da UPF é finalista em concurso internacional

por Rudimar Galvan

Acadêmicos desenvolveram uma proposta de guarita de Salva Vidas para a Cruz Vermelha da Espanha, idealizando um projeto que pode ser replicado em qualquer praia do mundo

Projeto foi desenvolvido no Laboratório de Urbanismo da FEAR. (Foto: Gelsoli Casagrande)
Foto: Divulgação

Um desafio imposto e muitas ideias colocadas em prática em todo o mundo. Assim se deu um concurso de Arquitetura e Design de Produto que propôs o desenvolvimento de um kit de Salva Vidas a ser instalado em praias para uso da Creu Roja, a Cruz Vermelha da Espanha. A Universidade de Passo Fundo (UPF) por meio dos acadêmicos, Melina Sincas Kressin, Dionatan Gassem Grando, João Henrique Cenci e Lucas Mânica Destri, do curso de Arquitetura e Urbanismo, aceitaram o desafio e desenvolveram uma cabana Salva Vidas com um conceito inovador e baseado na praticidade, com materiais resistentes e que atende o propósito estabelecido.

O projeto foi desenvolvido no Laboratório de Urbanismo (LabUrb), da Faculdade de Engenharia e Arquitetura (FEAR), sob a supervisão da professora Adriana Gelpi, no período de 1º a 07 de dezembro de ano passado. Para a proposta, foram utilizados softwares de arquitetura e maquetes físicas de estudo, porém, a proposta final foi entregue através de upload da prancha desenvolvida no site da organização A:circumference.

Concurso
O concurso, conforme os acadêmicos, consistiu em uma chamada pública internacional dirigida a estudantes de Arquitetura e Design de Produto do mundo todo e também a recém licenciados. Em sua essência, é concurso de ideias, ou seja, as propostas apresentadas não são destinadas à execução, contudo, os finalistas e as menções honrosas poderão ser consideradas para futura eventual execução pela instituição beneficiada, a Creu Roja (Cruz Vermelha da Espanha). “A organização indicou que o kit deveria ser neutro cultural e geograficamente, já que poderia ser implantado em qualquer lugar do mundo. O kit deveria conter um posto de salva-vidas com assento para dois salvadores; visão de 360°; poder ser deslocado por dois socorristas; com área máxima de 4m² e, no mínimo, 2 metros de altura”, explica o grupo.

O projeto foi desenvolvido conforme as necessidades estabelecidas pela organização e as formas possíveis de realização que estavam ao alcance do grupo. Inicialmente estabeleceram que a forma tomaria como base o posto de observação de escoteiros, tradicionalmente feito em taquara com amarras de sisal, composto por quatro apoios entrelaçados em uma amarra central, que proporciona estabilidade à estrutura. O projeto, então, foi desenvolvido fazendo uso de encaixes rosqueáveis de modo que todas as peças possam ser desmontadas e acomodadas dentro de uma caixa de dimensões 1,5m x 1m x 60cm, e que fosse facilmente transportada por dois socorristas.

Acabana de salva-vidas foi idealizada para ser um equipamento prático de ser montado, porém, conta com a alta tecnologia encontrada no aço inoxidável, nas placas de fibra de carbono e na lona tensionada, que protege os socorristas. “O bambu dá lugar aos leves tubos de aço inox, as cordas de sisal dão lugar as pontas roscáveis e lâminas com presilhas. O posto de madeira dá lugar a um posto de aço dobrável e a cobertura ganha a leveza, resistência e a permeabilidade da lona tensionada. Todas as peças são guardadas em uma caixa, que pode ser carregada por duas pessoas”, pontuam os acadêmicos.

Projeto premiado
Concorrendo com diversos projetos de todo o mundo, a ideia desenvolvida pelos acadêmicos da UPF foi uma das finalistas, com a terceira colocação dentre todas as iniciativas apresentadas. A premiação foi concedida pela A:circumference, plataforma educativa que enfatiza o desenho como forma de comunicação, tendo como foco os campos da Arquitetura, da Arte e do Desenho. A organização é radicada em Barcelona.

O grupo recebeu certificado de finalista no concurso a proposta, junto com a dos demais finalistas, será analisada pela Creu Roja de Barcelona para eventual construção. O projeto da UPF também foi apresentado no Site da A:circumference e em outras publicações internacionais.

Para os acadêmicos, o reconhecimento mostra que estão no caminho certo do aprendizado e o que na área em que atuam é possível oferecer propostas relevantes para o mundo, além e mostrar que projetos locais podem competir em concursos internacionais “Pudemos observar que o trabalho não finaliza na faculdade, que podemos ir além daquilo que é proposto. Sendo um bom trabalho, sempre haverá reconhecimento”, destacam.

Desafios e conquistas
Para o grupo, o maior desafio foi desenvolver o projeto em um curto espaço de tempo. Além disso, o fato de o concurso ser internacional impôs maior responsabilidade, já que estariam concorrendo com estudantes de grandes instituições do mundo todo. “Foi um grande desafio obedecer o programa de necessidades estabelecido pelo concurso, que impunha o meta do projeto ser totalmente desmontável, estável e resistente às intempéries e à maresia”, explicam os acadêmicos.

O que surpreendeu ao longo do desenvolvimento foi a capacidade de trabalho em grupo e, ainda mais, o resultado obtido. “Apesar de o curso de Arquitetura e Urbanismo propor várias atividades em grupo, o desenvolvimento projetual é majoritariamente individual, ainda mais no nível em que nos encontrávamos, de segundos e quintos semestres. Além disso, a chance de trabalhar com um grupo que alia alunos de semestres distintos também foi uma novidade e demonstrou ser uma parceria bem sucedida”, avalia o grupo.

 

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