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Estudante de Química da UPF estuda possíveis fontes poluidoras de cemitérios

por Rudimar Galvan

Marcos Luis Salvador busca compilar dados sobre as contaminações já indicadas em áreas de cemitérios no Rio Grande do Sul

Fenômenos envolvidos na tradição do sepultamento de corpos é objeto de estudo
Foto: Divulgação/ UPF

Os cemitérios estão presentes na cultura humana há milhares de anos. As mais antigas sepulturas já encontradas datam de mais de dez mil anos e o ato de enterrar os falecidos já era característica de povos há mais de cem mil anos. Entretanto, nos modelos atuais, os cemitérios são fruto de tradições religiosas da idade média e têm por função ser um lugar sagrado destinado ao sepultamento de falecidos, de homenagens e recordações.

Os sentimentos e os tabus permeiam a relação das pessoas com os cemitérios, contudo, faz com que esse ambiente seja pouco observado pela faceta de potencial gerador de contaminação ao meio ambiente, isso porque as práticas envolvidas no sepultamento utilizam substâncias e objetos que, ao longo do tempo, podem liberar compostos nocivos, incluindo os gerados na decomposição dos corpos ali sepultados.

Para avaliar os fenômenos envolvidos nessa tradição, está sendo desenvolvido um estudo pelo acadêmico Marcos Luis Salvador, do Programa de Iniciação Científica do curso de Química da Universidade de Passo Fundo (UPF). O trabalho, orientado pela professora Janaína Ortiz, busca compilar dados sobre as contaminações já indicadas em áreas de cemitérios no Rio Grande do Sul, correlacionando o modo como os cemitérios afetam o ecossistema, visando dar suporte a pesquisas e projetos de futuros empreendimentos desse gênero na região Norte do estado.

O estudo
Segundo o estudo, o potencial contaminante é ampliado quando a localização e a gestão do cemitério não são adequadas e não são observados os preceitos de prevenção e precaução da possível poluição. O acadêmico entende que a pesquisa científica deve atender aos anseios da comunidade e, assim, melhorar a ocupação do espaço. “Temos que discutir nossas relações com o meio ambiente. Assim, a química pode contribuir para avaliar a extensão dessas contaminações e minimizá-las, ou mesmo ajudar no planejamento para que isso não aconteça no futuro”, destaca.

De acordo com Marcos, o primeiro receptor da carga poluidora gerada nos cemitérios é o solo, que, além de também ser indispensável em outros sistemas, como os pluviais e os lençóis freáticos, é o principal meio de sustentação da vida de plantas. “As plantas estão presentes no local e nas imediações de muitos cemitérios brasileiros e não é incomum encontrar pequenos cemitérios interioranos margeados por áreas agrícolas. As plantas localizadas em regiões próximas a cemitérios podem sofrer com as alterações geradas pela carga potencialmente poluidora”, avalia.

 

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