Um gesto de carinho
Um gesto de carinho
Foi ali no silêncio do cansaço que uma coberta me alcançou – me acolheu, me recolheu… a mão carinhosa que eu já tinha esquecido, fez um gesto de carinho e me cobriu… eu aconchegada na cama que não era minha, precisava estar ali para cuidar, com a fadiga presente... Pera aí... Cuidar ou ser cuidada, nutrida de vida...
Mão, coberta, silêncio, afeto de mãe que veio me alcançar no meio de turvas linhas, incoerentes percepções... O coração conectou e se fez em sorriso, me ajudou adormecer...
No meio das palavras perdidas, incoerentes, dos rompantes de raiva difíceis de lidar, tinha um gesto de carinho para aliviar o amargor sentido de outrora.
No meio do sono que iniciava, meu coração encontrou um novo endereço de acolhida, e era isso que levaria comigo pra sempre... Conhecia vagamente esse sentimento, esse aconchego de mãe, e agora ali estava presente...
Achei, que tínhamos nos perdido, no vazio do não alcançado. Mas a presença estava ali presente, e em fragmentos nesse momento se encontrava – me encontrava e isso valia a jornada.
Já havia esquecido, como era e como palpitava em mim esse afeto... que se mostrou ardente, desejado, presente como eu já, de alguma maneira havia experimentado e, agora, desmemoriado fora resgatado...
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